Ago. 08, 2018 12:37 UTC
  • Pontos de vista do líder da Revolução Islâmica no Irã (encontro com os organizadores da Peregrinação anual a Meca)

Pars Today-Na véspera da saída de caravanas dos peregrinos iranianos para realização de rituais de Peregrinação anual (Hajj) na Arábia Saudita, o Líder da Revolução Islâmica, o aiatolá Seyed Ali Khamenei se reuniu com dirigentes da Organização responsável pela preparação de viagem e estadia de peregrinos em cerimônias de Hajj e autoridades de outros órgãos relacionados.

Nesta reunião, o aiatolá Khamenei disse que a Hajj desfruta de uma importante característica que é  a combinação de "espiritualidade e política" e ao mesmo tempo um encontro entre os  muçulmanos em um lugar muito valorizado. Ele também se referiu a acontecimentos  importantes e trágicos que ocorreram durante a cerimônia de Hajj, como a catástrofe de Mina e a necessidade de garantir a segurança dos peregrinos; também falou sobre os problemas atuais do mundo do Islã, incluindo a causa da Palestina e a agressão contra o Iêmen.

 

No início da reunião, o líder qualificou como muito valioso servir os peregrinos que celebram  o Hajj e avaliou como "satisfatória” as atividades realizadas pela Organização do Hajj e da Peregrinação. No entanto, enfatizou que mais esforços devem ser feitos para que os peregrinos pudessem celebrar de melhor maneira as suas  rituais de Hajj.

 O aiatolá Khamenei também afirmou que Hajj é um sinal de uma combinação "deste mundo com o outro" e da "religião à política". Ele acrescentou ainda que por muitos anos, algumas pessoas tentaram dissuadir as novas gerações de combinar a religião e a política, a religião e a vida, a religião e a ciência, neste mundo e no futuro, espiritualidade e realizações materiais, no entanto, quando a República Islâmica nasceu e quando a revolução islâmica alcançou a vitória, ninguém acreditava em realização de todas essas ideias e as considerava errôneas. Ficou claro que o Islã poderia lidar perfeitamente com política, a vida social e a administração do país.

 Aiatolá Khamenei acrescentou: "Hoje, mais uma vez, indivíduos ignorantes e preconceituosos procuram insinuar a necessidade de separar a política da religião, em particular entre geração mais jovem; no entanto, a Hajj é um campo prático para mostrar essa combinação e integração".

 Ele também argumentou que aqueles que separam a política do Islã, não entenderam o Islã ou os versículos do Alcorão. A esse respeito, mencionou: "Os versículos do Alcorão, tanto aqueles relacionados à Hajj, quanto àqueles relacionados a Jihad (guerra santa), ou aqueles que relacionam à comunicação entre pessoas em uma sociedade, bem como a maneira de administração e da governança islâmica na sociedade, todas essas são políticas que pertencem ao Islã”.

 O Líder também disse que a determinação de um tempo e lugar específicos para o encontro dos muçulmanos nos rituais de Hajj demonstra a importância da congregação muçulmana no Islã. Ele reiterou que "um dos objetivos importantes da Hajj é reunir os muçulmanos de todo o mundo, não somente por um tempo determinado, como é uma ordem para toda a história." Todo o muçulmano, que tem a capacidade física e financeira, deve fazer uma vez na vida a peregrinação a Meca e se reunir em um lugar específico.  O que isso significa? Isso significa que a própria essência deste mesmo encontro e a congregação e a materialização de um desejo divino. Isto é o que Ele quer. Isto significa a formação da Nação Islâmica. “Esta é a mesma perspectiva da congregação e comunhão dos muçulmanos; a Hajj é a materialização deste e o símbolo da comunidade islâmica”.

O aiatolá Khamenei enfatizou, mais uma vez, que a comunhão de muçulmanos, a solidariedade e a coordenação entre eles estão entre os objetivos importantes da Hajj que devem, portanto, ser atendidos. Ele então ordenou que todos os responsáveis ​​pela Peregrinação observassem a comunicação, conexão e concordância dessa grande congregação muçulmana em todos os programas e rituais dos peregrinos.

Ele também enfatizou que a sagrada Caaba, a Mesquita Al-Haram e a mesquita Al-Nabai pertencem a todos os muçulmanos e não àqueles que dominam essas terras. Ele acrescentou que "ninguém tem o direito de se comportar como desejar". Todos os muçulmanos têm o mesmo direito em relação à Caaba, à Mesquita Al-Haram e à atmosfera sagrada deste lugar digno.

O líder da Revolução Islâmica referiu-se ao surgimento de um novo significado da Hajj após a vitória da Revolução Islâmica do Irã, graças ao esforço do falecido fundador da República Islâmica, Imam Khomeini (que descanse em paz). "A Hajj genuína deve ser acompanhada da marcha de repudio aos infiéis e da unidade e coesão entre os muçulmanos", advertiu ele.

Segundo o Líder, o ponto oposto da Hajj é a criação de discrepâncias entre os irmãos muçulmanos e a cumplicidade de alguns governos com a arrogância global, liderada por  EUA, e como hoje se comporta a Arábia Saudita.

O aiatolá Khamenei aludiu aos obstáculos impostos pela Arábia Saudita na realização de algumas das tarefas dos muçulmanos nos rituais de Hajj e enfatizou que não deve ser esquecida essa demanda dos muçulmanos na realização dos rituais deste ano, feita de maneira completa e segura. 

Em 1407 da Hégira lunar, o regime saudita pôs fim à vida de 270 peregrinos iranianos, que expressavam apenas slogans contra os crimes da arrogância mundial e dos EUA e expressando seu repúdio aos infiéis. Metade desses mártires eram mulheres.

O versículo 25 da surata Peregrinação (Al Hajj) diz:

“Quanto aos incrédulos, que vedam os demais da senda de Allah e a sagrada Mesquita, - a qual destinou aos humanos, por igual, quer seja seus habitantes quer sejam visitantes, - e que nela comete, intencionalmente, profanação ou iniquidade, fá-los-emos provar um doloroso castigo.”

Em referência a este versículo, o Líder afirmou que este impedimento não se refere apenas a evitar a entrada em Meca, já que é provável que permita a entrada, mas impedir o uso de conceitos de Hajj. Isso também está obstruindo o caminho de Deus e o acesso à Mesquita Al-Haram, explicou ele.

Aiatolá Khamenei, ao recordar a tragédia da Mesquita de Al-Haram e o desastre da Mina, em 2015, descreveu estes incidentes como uma grande tirania e enfatizou a necessidade de uma reivindicação contínua e seria dos direitos dos afetados pela tragédia. Ele acrescentou que "esta demanda nunca deve ser esquecida e agências governamentais pertinentes devem abordar esta questão através de vários canais, particularmente organizações internacionais, de modo que um comitê de verdade seja formado e se reivindiquem os direitos, porque nestas duas tragédias, a provisão da segurança dos peregrinos, que é da responsabilidade do governo saudita, não foi cumprida e até agora não tinham sido indemnizadas as famílias das vitimas", disse ele.

De acordo com números oficiais do país persa, mais de 460 peregrinos iranianos foram mortos no tumulto de 24 de Setembro, 2015, durante os rituais religiosos do Hajj.

Aiatolá Khamenei disse que atualmente a necessidade mais urgente para o mundo muçulmano é a unidade e união porque, advertiu, o foco do inimigo é confrontar os muçulmanos, em particular sobre a questão palestina e do Iêmen. Guia supremo do Irã destacou: "Hoje, os americanos se referem a seu político satânico sobre a Palestina como” o Acordo do Século', no entanto, devem saber que, graças a Deus, este acordo nunca se concretizará e, ao contrário do que esperam os EUA, a causa palestina nunca vai esquecer e Al-Quds continuará a ser a capital legitima da Palestina e o primeiro Quibla dos muçulmanos. "

O líder da Revolução Islâmica enfatizou que a nação palestina resistirá com o apoio das nações muçulmanas. Ele acrescentou: "Na verdade, alguns governos muçulmanos que não acreditam no Islã se tornaram marionetes e fantoches dos americanos pela ignorância, tolice e ganancias, no entanto, com a ajuda divina, a comunidade muçulmana, os direitos dos palestinos prevalecerão e eles vencerão aos seus inimigos e verão o dia em que o falso regime sionista seja erradicado das terras palestinas”.

No final de seu discurso, o líder da Revolução Islâmica do Irã desejou saúde a todos os peregrinos e expressou sua esperança de que Deus aceitasse esse ato religioso.