Brasil: Temer diz que Brasil estava isolado e com "défice de verdade"
O Presidente do Brasil, Michel Temer, disse hoje numa reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Económico e Social que encontrou um país isolado e com um "défice de verdade".
"No Brasil, não havia défice fiscal, havia um défice de verdade. É preciso encarar os factos como eles são. Faremos o Brasil crescer substituindo o ilusionismo pela lucidez", afirmou.
Michel Temer tornou-se Presidente do Brasil definitivamente no final de outubro, quando o Senado (Câmara alta parlamentar) destituiu a ex-Presidente Dilma Rousseff.
Além da instabilidade política, o país que vive uma grave crise financeira que impulsionou o crescimento do défice fiscal público, da inflação e do desemprego.
Fazendo um balanço dos governos passados, Michel Temer disse que se o país continuasse no ritmo em que estava teria de ser fechado para balanço em 2024.
"Por muito tempo, o Governo gastou mais do que podia. Temos um défice de 170 mil milhões de reais (47,7 mil milhões de euros), e o da Previdência Social que pode poder chegar a 140 mil milhões de reais (39,3 mil milhões de euros). São défices que ruíram a confiança dos investidores e dos consumidores", avaliou.
Temer também frisou que a volta do crescimento da economia é uma prioridade, mas esta retomada depende da aprovação pelo Congresso de um projeto que pretende travar o crescimento dos gastos públicos.
O Presidente brasileiro defendeu a aprovação de uma nova lei que prevê que os gastos do Governo possam ser reajustados apenas pela correção da inflação do ano anterior nos próximos 20 anos.
Outra medida defendida é uma grande reforma das pensões de previdência, cujo projeto ainda deve ser enviado pelo Governo do Brasil ao Congresso.
Foi a primeira participação oficial de Temer neste conselho formado por representantes da sociedade civil, criado para colaborar com o desenvolvimento de políticas públicas do Brasil.