Irã: Política errônea da França contribuiu para criar crise síria
A Chancelaria persa recusa afirmações da França e recalca que a política errônea desse país europeu é uma das causas da crise síria.
“Todo mundo sabe que a França é um dos países que, adotando uma política errônea, causaram a crise e a complicação da preocupante e crítica situação atual na Síria”, declarou hoje quarta-feira o porta-voz do Ministério iraniano de Exteriores, Bahram Qasemi.
A Chancelaria persa reagiu assim à exigência feita no domingo passado pelo ministro francês de Exteriores, Jean-Marc Ayrault, de que Rússia e Irã retirem seu apoio ao Governo sírio e a sua luta anti-terrorista, alegando que essa estratégia “conduz a um beco sem saída”.
Em resposta, o porta-voz iraniano manifestou que apesar do conhecimento que deve ter Ayrault sobre os acontecimentos da região e do mundo, fez afirmações “irrealista” e “inesperadas”.
Em frente às aseverações do dignitário galo, Qasemi enfatizou que a “infiltração espiritual” da República Islâmica do Irã nos países da região tem por finalidade lutar contra o terrorismo, fenômeno com o que estão familiarizados os países do Ocidente, em particular França.
Portanto, Qasemi disse que o ministro de Exteriores do França deveria avaliar os incidentes da região durante as últimas décadas, especialmente dando apoio aos políticos de Paris e criminosos como o ajusticiado ditador iraquiano Saddam Husein, e seu fornecimento de armas ao antigo regime baasista do Iraque em sua guerra imposta ao Irã durante oito anos (1980-88).
Tal belicismo, tem continuado, criando sem dúvida uma imagem clara de quem são os “criminosos da guerra” e patrocinadores do terrorismo na comunidade internacional.
As palavras do chanceler francês foram formuladas pouco depois de que seu país, juntamente com o Reino Unido e EUA, fossem assinalados pelo embaixador sírio contra a Organização das Nações Unidas (ONU), Bashar a o-Yafari, como os principais responsáveis pela na crise síria.
Em março, Síria entrou no sexto ano de um cruel conflito que tem deixado mais de 301.000 vítimas mortais, conforme às últimas cifras divulgadas pelo opositor Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).