‘EUA e Israel, por trás da tensão entre Irã e Kuwait’
Clérigo iraniano denuncia o envolvimento do ‘lobby israelense estadounidense’ na recente decisão do Kuwait em fechar alguns escritórios diplomáticos iranianos.
“No recente jogo (político) tramado contra o Irã é óbvio o rastro do lobby sionista estadounidense”, havia afirmado que o aiatolá Seyed Ahmad Khatami no sermão da rezoo de sextas-feiras em Teerã, capital persa.
Neste contexto, o prominente clérigo, membro da Assembléia de Experientes do país, tem posto em guarda em frente as tentativas dos EUA e o regime israelense por eclipsar as relações entre Irão e seus vizinhos.
Estes, tem assinalado khatami, se beneficiariam de manter relações amistosas com a República Islâmica, sendo esta “a primeira potência da região”, enquanto a amizade com Washington não poderá a seu julgamento garantir seu futuro.
“O Irã tem demonstrado que se comportará da melhor maneira com os vizinhos que mantenham vínculos fraternos com a República Islâmica. Os vizinhos têm de saber que os laços de amizade com os EUA não lhes resultarão frutíferos, já que quando deixem de servir os interesses estadounidenses, sofrerão o mesmo destino que Saddam (Husein, executado ditador do Iraque)”, sublinhou o clérigo iraniano.
Na quinta-feira, Kuwait pediu ao Irã que reduza o número de diplomatas acreditados em sua embaixada e que feche sua missão cultural e as “escritórios associados”, devido a um suposto caso de espionagem ocorrida em agosto de 2015.
Teerã refutou então qualquer acusação que tratasse de vincular a Teerã com o assunto e advertiu de que tinha mãos ocultas realizando esforços “sistemáticos” para danificar as relações entre os dois vizinhos.
França avalou os atos de terror e assassinatos do MKO
Em outro momento de seu discurso, o orador denunciou a celebração, do dia 1 de julho na França, em uma reunião do grupo terrorista Mujahidín Khalq (MKO, em inglês), e assegurou que isso significa um “apoio prático ao terrorismo”.
O aiatolá Khatami tem comparado ao MKO, implicado no assassinato de 17.000 cidadãos iranianos inocentes, com o grupo terrorista EIIL (Daesh, em árabe), e tem lamentado que o Governo francês tenha avalado os atos de terror cometidos por essa organização albergando sua conferência.
O Irã criticou a celebração do evento em território francês e de advertiu que a presença dessa organização terrorista na França é fonte de “ambiguidade” nas relações entre Teerã e Paris.