As violações dos EUA no âmbito do JCPOA são destrutivas, adverte Rouhani.
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Presidente iraniano Hassan Rouhani advertiu que as repetidas violações dos Estados Unidos no âmbito de acordo nuclear entre o Irã e o grupo de países P5 + 1, conhecido como Plano Integral de Ação Conjunta (JCPOA), teriam um impacto "destrutivo" na implementação das negociações.
(last modified 2018-08-22T15:32:33+00:00 )
Ago. 05, 2017 19:47 UTC
  • As violações dos EUA no âmbito do JCPOA são destrutivas, adverte Rouhani.

Presidente iraniano Hassan Rouhani advertiu que as repetidas violações dos Estados Unidos no âmbito de acordo nuclear entre o Irã e o grupo de países P5 + 1, conhecido como Plano Integral de Ação Conjunta (JCPOA), teriam um impacto "destrutivo" na implementação das negociações.

"As violações recorrentes dos compromissos assumidos pelo governo dos EUA e sua mudança para impor novas sanções ao Irã tiveram impactos negativos na opinião pública do Irã", disse Rouhani em uma reunião com a Federação de Política Externa da União Europeia, Federica Mogherini em Teerã no sábado.

"Eles podem ser destrutivos no curso da implementação da JCPOA", acrescentou. Ele enfatizou que o Parlamento iraniano certamente passaria legislação para responder as novas medidas dos EUA. Ele disse que o JCPOA desempenhou um papel exemplar na promoção da estabilidade regional e na melhoria das relações do Irã com os países do mundo e acrescentou que todos os lados devem assumir a sua grande responsabilidade para salvaguardar esse acordo.

"A República Islâmica do Irã sempre se manteve empenhada em implementar o JCPOA e cumprirá seus compromissos, desde que o lado oposto não o viole", disse Rouhani. Ele enfatizou a importância da implementação "imediata e completa" de "uma parte importante" da JCPOA que facilita as relações econômicas, bancárias e comerciais do Irã com outros países. "Há motivos muito apropriados para o investimento no Irã em vários setores, como energia, petróleo, gás e petroquímica, e podemos ter uma boa cooperação com a Europa em todos os campos, de acordo com a expansão das relações", ressaltou o presidente iraniano.

Rouhani afirma ainda que o Irã não viu obstáculos à promoção das relações com a UE e expressou a esperança de que as duas partes promovam a cooperação em vários assuntos regionais e internacionais.

"O Irã e a União Europeia tomaram medidas positivas e importantes para expandir as relações e a cooperação nos últimos quatro anos e esses laços serão muito importantes numa altura em que diferentes partes do mundo, em particular a região do Médio Oriente, estão enfrentando preocupações, tensões e numerosos problemas complicados”, afirmou.

Todos os lados devem proteger JCPOA: disse a Mogherini

Mogherini, por sua vez, sublinhou que todos os lados de negociação para a JCPOA e a comunidade internacional estão obrigados a envidar esforços para implementar de forma completa e adequada o acordo, enfatizando que o acordo não pertence apenas a um lado. Ela acrescentou que a JCPOA teve resultados muito bons para o Irã e a UE e disse que o bloco procura elaborar um plano abrangente para implementar o acordo.

O JCPOA foi assinado entre o Irã e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - EUA, França, Grã-Bretanha, China e Rússia -, mais a Alemanha em julho de 2015 e entrou em vigor em janeiro de 2016. No âmbito do acordo, que foi posteriormente aprovado por uma Resolução do Conselho de Segurança da ONU, foram colocadas limites sobre as atividades nucleares do Irã em troca da remoção de todas as proibições nucleares impostas à República Islâmica, entre outras coisas.

A administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que assumiu em janeiro de 2017, um ano após a entrada em vigor do JCPOA, no entanto, sancionou as sanções contra o Irã em violação de o acordo nuclear.

Mogherini chegou á Teerã na noite de sexta-feira para participar da cerimônia de juramento de Rouhani. No sábado, ela realizou reuniões separadas com o ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, e Ali Akbar Velayati, assessor sênior do líder da revolução islâmica, o aiatolá Seyed Ali Khamenei.