Set. 04, 2017 09:13 UTC
  • Irã confirma a visita de uma delegação saudita a Teerã

O Irã confirma visita de uma delegação saudita a Teerã, após dois anos que Riad rompeu unilateralmente suas relações com Irã.

O porta-voz da Chancelaria iraniana, Bahram Qassemi, confirmou a noticia do diário kuweitiano Al-Jarida que adiantava a agenda de viagem de uma delegação saudita ao Irã prevista para após as festividades do Eid al-Adha (a grande festa muçulmana do Sacrifício), que finaliza esta segunda-feira.

O porta-voz da Diplomacia iraniana explicou que a agenda inclui somente uma visita aos edifícios diplomáticos, os quais têm ficado desocupados há dois anos quando os dois países romperam as relações, e acrescentou que as autoridades iranianas também realizarão no futuro próximo visitas semelhantes a suas sedes diplomáticas na Arabia Saudita.

“Trata-se de um acordo bilateral e reciproco de troca de delegações entre os dois países para visitar somente as instalações diplomáticas em Riad e Teerã”, precisou Qassemi, explicando que ainda não tem fixado uma data para a visita da parte iraniana.

Há dois meses que a parte saudita previa a realização da vista, mas foi postergada para depois de acabar a Peregrinação anual (o Hajj).

O reino saudita rompeu seus laços com o Irã em janeiro de 2016 em protesto a manifestações frente de suas delegações diplomáticas em Teerã e Mashad (nordeste do Irã) que ocorreram em protesto contra a execução de uma alta figura religiosa da oposição saudita, o clérigo xiita o xeque Nimr Baqer al-Nimr.

Riad intensificou a reação e decidiu pôr o fim à cooperação entre ambos os países no âmbito da Organização de viagens da Peregrinação de Hajj, para os cidadãos iranianos.

Desde 2015, as relações Teerã-Riad foram tensas, causada por um incidente mortal ocorrido durante a Peregrinação anual de Hajj em Mina, no qual pelo um tumulto provocado pela irresponsabilidade dos agentes sauditas, perto da cidade de Meca, morreram milhares de fiéis muçulmanos, incluídos mais de 460 iranianos. Tanto Teerã como muitos outros países afetados pela tragédia denunciou a ineficácia das autoridades sauditas para administrar os lugares sagrados dos muçulmanos.

Passada dois anos da catástrofe humanitária, Irã segue pressionando a Arábia Saudita para esclarecimento das circunstâncias do incidente. No sábado, Seyed Ali Qazi Asgar, representante do Líder da Revolução Islâmica de Irã na Organização iraniana de Hajj e Peregrinação, asseguraram que os representantes iranianos atualmente presentes em Arábia Saudita estavam perseguindo os casos dos “mártires” da tragédia de Mina.

Mais de 80 mil peregrinos iranianos estão agora em Arábia Saudita para realizar os rituais anuais do Hajj, após que Riad prometeu garantir a segurança dos iranianos no território saudita.

 

 

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