O Irã nunca permitirá que os estrangeiros inspecionam sites militares: disse Velayati
(last modified Tue, 12 Sep 2017 17:23:36 GMT )
Set. 12, 2017 17:23 UTC
  • O Irã nunca permitirá que os estrangeiros inspecionam sites militares: disse Velayati

Ali Akbar Velayati, assessor sênior do Líder da Revolução Islâmica, rejeitou veementemente as demandas estrangeiras de fazer inspeção aos locais militares do Irã sob o pretexto de implementar o acordo nuclear de 2015 entre Teerã e o grupo de países P5 + 1.

Velayati fez as declarações ao falar com repórteres na terça-feira em resposta a comentários anteriores do diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), Yukiya Amano. Dirigindo-se aos jornalistas após a reunião do Conselho de Governadores da AIEA em Viena, Amano disse que a agência não distinguiu entre locais civis ou militares em suas inspeções e pediria acesso quando for necessário.

Velayati salienta que os acordos anteriores entre o Irã e a AIEA não incluíam permissão para visitar os locais militares do Irã, acrescentando que Teerã nunca teria assinado nenhum acordo com a agência nuclear da ONU em caso de tal pedido.

"Sr. Amano, seus agentes e nenhum estrangeiro têm o direito de inspecionar nossos sites militares, porque esses sites estão entre os locais fora do limite para qualquer estrangeiro e aqueles afiliados a eles”, acrescentou.

Autoridade iraniana enfatizou ainda que a afirmação do chefe da AIEA sobre o direito da agência de inspecionar os sites militares do Irã foi a "sua impressão", acrescentando que, se Amano pudesse tomar decisões autônomas, exerceria pressão sobre o regime israelense para abrir os seus sities nuclear a inspeção.

"A existência de armas nucleares nos territórios ocupados é a maior ameaça para toda a região do Oriente Médio", afirmou Velayati.

A AIEA também reiterou varias vezes que o Irã tinha cumprido os compromissos assumidos no âmbito do acordo nuclear de 2015 assinado com o grupo de países P5 + 1, conhecido como Plano Integral de Ação Conjunta (JCPOA).

"Os compromissos relacionados com a energia nuclear assumidos pelo Irã no âmbito da JCPOA estão sendo implementados", disse Amano em sua declaração introdutória ao Conselho de Governadores.

Ele enfatizou que a agência nuclear da ONU continuaria a verificar atividades do Irã no âmbito do Acordo de Salvaguardas, acrescentando: "As avaliações relativas à ausência de materiais e atividades nucleares não declaradas no Irã continuam em curso.”.

O Irã e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas - Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia e China -, mais a Alemanha assinaram o acordo nuclear em 14 de julho de 2015 e começaram a implementá-lo em 16 de janeiro de 2016.

Sob a JCPOA, o Irã se comprometeu a colocar limitações em seu programa nuclear em troca da remoção de sanções relacionadas com a legislação nuclear contra Teerã.

O último relatório da AIEA ocorreu em um momento em que os EUA, que é parte do acordo, parecem estar com intenção de abandoná-lo.

Falando em uma coletiva de imprensa em Nova York em 25 de agosto, a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Nikki Haley, pediu à AIEA que solicite acesso aos locais militares iranianos, o que é considerado uma tentativa dos EUA de minar o acordo nuclear multilateral.

 

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