Chefe do exército sírio: os laços Síria-Irã são estratégicos

O chefe de Estado-maior do exército sírio, o tenente-general Ali Abdullah Ayoub, disse na quarta-feira que Teerã e Damasco têm relações "estratégicas".

"A Síria e a República Islâmica do Irã têm opiniões comuns sobre muitos assuntos, especialmente na luta contra o terrorismo e concordam em combater contra o terrorismo para erradicar isso de todas as terras da Síria", disse o general Ayoub durante uma coletiva de imprensa com o major-geral Mohammad Baqeri, chefe do Estado-maior General das Forças Armadas iranianas, em Damasco.

O chefe militar do Irã diz que as agressões de Israel contra a Síria é "inaceitável". Baqeri também afirmou que o Irã está ao lado do governo sírio e do seu povo na luta contra os terroristas. Ele sublinhou que o Irã considera o respeito à integridade territorial dos países da região do Oriente Médio como um "princípio".

Baqeri acrescentou que qualquer operação militar em outro país deve ser baseada em solicitação e respeito à integridade territorial, explicou.

Ele diz que Israel não pode ser autorizado a violar o território sírio à vontade. "Não é aceitável que o regime sionista (Israel) viole a Síria via terra ou por ar quando quiser".

O exército israelense realiza ataques contra os alvos da Síria em uma base regular, na maioria das vezes afirmando que atingiu os comboios destinados ao movimento de resistência libanesa do Hezbollah.

Israel vem oferecendo tratamento médico aos militantes extremistas feridos nos campos de batalha da Síria em hospitais de campo no Golan Heights ocupado pelos israelenses.

A pedido de Damasco, o Irã vem oferecendo apoio militar ao governo sírio contra a militância apoiada pelo estrangeiros que começou no país desde 2011.

Na quarta-feira, o general Baqeri disse que estava na Síria para declarar que Teerã é do lado de Damasco na luta contra o terror.

O general Ali Abdullah Ayyoub disse, por sua vez, que os contingentes das forças turcas desdobradas na Síria estão ilegalmente. Ele disse que as forças turcas não estão na Síria pelo consenso ou um acordo alcançado em zonas de escalação em um processo de paz na capital cazaque de Astana - ao contrário do que Ankara disse. Ele disse que a presença militar turca na Síria também foi contra o direito e as normas internacionais e a Síria estava "habilitada a enfrentar as forças turcas no nosso solo de qualquer forma [que julgarmos necessárias]".

O Irã e a Rússia - que é outro aliado de Damasco - têm mediado negociações entre o governo sírio e a oposição, ao lado da Turquia na capital do Cazaquistão desde o início deste ano. As conversas levaram à designação de quatro zonas de distensão em toda a Síria. As tropas turcas entraram recentemente na Província de Idlib, no noroeste da Síria, onde está localizada uma das zonas.

A Turquia disse que a implantação está garantida sob os acordos em Astana.

Ayyoub também disse que os grupos terroristas que operam na Síria estavam perto do seu desaparecimento e que o apoio dos Estados Unidos não ajudaria a mantê-los.