As declarações da Liga Árabe sobre o Irã "sem valor"
O Irã considerou "sem valor" a declaração aprovada, no domingo numa reunião extraordinária, pela Liga Árabe, que acusa Teerão de "flagrante agressão" contra os países árabes.
"A solução dos problemas da região, uma grande parte dos quais são o resultado da política estéril da Arábia Saudita, não é publicar tais declarações sem valor, mas deixar de seguir a política do regime sionista (Israel) que procura acentuar as divisões na região", declarou o porta-voz da diplomacia iraniana, Bahram Ghassemi, citado pela agência Isna.
Ghassemi classificou de "mentiras" as acusações contra o Irã.
A Liga Árabe pediu ao Conselho de Segurança da ONU para convocar uma reunião para discutir "a ameaça à segurança nacional árabe" do Irã e as suas infrações às resoluções internacionais.
A organização pan-árabe condenou as "interferências contínuas" do Irã nos assuntos árabes, que "alimentaram o sectarismo e o conflito sectário" e exigiu que pare de apoiar e financiar as milícias, em referência aos rebeldes no Iémen, que "ameaçam com mísseis os países vizinhos".
O encontro realizou-se a pedido da Arábia Saudita, que acusa o Irã de estar ligado ao míssil lançado no início do mês por rebeldes iemenitas contra Riad.
Também, a Liga Árabe acusou o movimento xiita libanês Hezbollah, de apoiar o "terrorismo" com "armas sofisticadas e mísseis balísticos", o que foi criticado hoje pelo movimento palestiniano Jihad Islâmica.
O grupo considera que a declaração da Liga Árabe beneficia os interesses israelitas e representa um passo em frente para a normalização das relações árabes "com o inimigo".
Num comunicado no mesmo sentido, o movimento radical palestiniano Hamas apelou aos árabes para "ficarem unidos e manterem as organizações de resistência, atuando para libertar os territórios ocupados".