Mar. 04, 2018 03:22 UTC
  • O Irã não falará de mísseis, a menos que Estados Unidos, a Europa destruam armas nucleares, mísseis de longo alcance

Pars Today- Um alto comandante militar iraniano diz que a República Islâmica não realizará negociações sobre o seu programa de mísseis, a menos que os Estados Unidos e a Europa desmontem suas armas nucleares e mísseis de longo alcance.

"O que os americanos dizem por desespero com relação à limitação das capacidades de mísseis da República Islâmica do Irã é um sonho inalcançável resultante de seus constantes fracassos e derrotas regionais", disse no sábado o vice-chefe de Estado-maior General das Forças Armadas do Irã, Massoud Jazayeri. Ele acrescentou que, se o desenvolvimento da defesa do Irã tivesse sido afetado por certas negociações políticas, o país não teria podido colocar os Estados Unidos em tal posição de fraqueza.

Autoridades iranianas advertiram repetidamente que o programa de mísseis do país não está aberto a negociações em meio aos esforços constantes do presidente dos EUA, Donald Trump, para vincular o programa de mísseis do Irã ao acordo nuclear multilateral de 2015.

O Irã e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas - EUA, França, Grã-Bretanha, Rússia e China - além da Alemanha assinaram o acordo nuclear em 14 de julho de 2015 e começaram a implementá-lo em 16 de janeiro de 2016. Sob a JCPOA, o Irã comprometeu-se a colocar limites em seu programa nuclear, em troca da remoção de sanções relacionadas a sua atividade nuclear impostas contra Teerã.

Trump descreveu repetidamente o JCPOA, que foi negociado por seu antecessor, Barack Obama, como "a pior negociação já feita por EUA nas suas relações bilaterais ", uma caracterização que ele costumava usar durante sua campanha presidencial e ameaçava destruí-lo.

Os EUA alegaram repetidamente que o programa de mísseis do Irã viola a Resolução 2231 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que endossa o JCPOA. Falando em uma conferência de imprensa na presença de repórteres iranianos e estrangeiros em Teerã em fevereiro, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, disse que a República Islâmica nunca realizará negociações sobre a JCPOA ou seu programa de mísseis defensivos.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Bahram Qassemi, também afirmou no dia 15 de fevereiro que o Irã não permitiria que outros países interferissem a sua defesa, enquanto eles próprios estavam fornecendo armas letais a países regionais.

A República Islâmica "nunca permitirá que outros falem ou façam esforços com base em padrões duplos para minar o poder de defesa e dissuasiva do Irã", afirmou. As observações de Qassemi vieram dois dias depois que o presidente francês, Emmanuel Macron, tinha dito que o programa de mísseis balísticos do Irã deveria ser colocado sob a vigilância internacional. Macron também afirmou que a vigilância era "indispensável para a segurança da região e por isso precisamos de um mecanismo de sanções e controle adaptado a isso".

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