Qualquer colapso do JCPOA elevará o Irã para melhores condições
Pars Today- Vice-chanceler iraniano disse que as condições do país se tornarão muito melhores caso o acordo nuclear de 2015 se desfaça.
Discursando numa conferência de empresários em Teerã no sábado, Abbas Araghchi disse que enquanto os esforços estão em andamento para salvar o Plano Integral de Ação Conjunta (JCPOA) após a retirada dos EUA do acordo multilateral, qualquer colapso do acordo empurrará o Irã para melhores condições em comparação com a era pré-JCPOA.
O Irã está preparado para lidar com qualquer cenário possível, disse ele, acrescentando que o presidente iraniano deu as ordens necessárias para organizações econômicas e outras, sublinhando que a existência da República Islâmica não depende do JCPOA.
Araghchi disse: "Tomamos decisões com base nos interesses nacionais do país, permanecendo ou deixando o JCPOA".
Irã provavelmente deixará o JCPOA nas próximas semanas
Alguns dias antes, Araghchi deu uma vaga perspectiva do JCPOA, dizendo que Teerã poderia deixar o acordo nas próximas semanas.
"Não posso dizer que a perspectiva da continuação das negociações com a Europa é clara e pode nos levar a conseguir um pacote conjunto para salvar o JCPOA", afirmou Araghchi, segundo o site em língua persa da euronews.
A paciência do Irã chegou ao fim e é provável que o Irã se retire do JCPOA nas próximas semanas, observou ele. Teerã estava negociando com os outros signatários "para ver se eles podem nos fornecer um pacote que pode dar ao Irã os benefícios do levantamento de sanções", disse o diplomata.
"O próximo passo é encontrar garantias para esse pacote", disse ele, acrescentando que o Irã precisa de detalhes sobre como isso acontecerá até o final de maio. "Eu tinha dito que o JCPOA estava na unidade de terapia intensiva porque perdeu o equilíbrio como resultado da retirada dos EUA do acordo", disse Araghchi, referindo-se a uma reunião entre os signatários restantes do JCPOA em Viena na ultima quinta-feira.
Em 8 de maio, o presidente dos EUA retirou seu país do JCPOA, que foi alcançado em Viena de 2015 após anos de negociações entre o Irã e o Grupo 5 + 1 (Rússia, China, EUA, Grã-Bretanha, França e Alemanha).
Após a saída dos EUA, o Irã e os demais signatárias lançaram conversas para salvar o acordo. Entretanto, o Líder da Revolução Islâmica, o aiatolá Seyed Ali Khamenei, sublinhou que qualquer decisão de manter o JCPOA a funcionar sem os EUA deve ser condicionada pelas “garantias práticas” dos europeus.