Zarif: Os EUA precisam de deixar o seu vício em sanções
(last modified Sun, 29 Jul 2018 12:22:06 GMT )
Jul. 29, 2018 12:22 UTC
  • Zarif: Os EUA precisam de deixar o seu vício em sanções

Pars Today- O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, descartou os planos do governo dos Estados Unidos de pressionar a República Islâmica, dizendo que Teerã mostrará que Washington precisa de "tratar o seu vício das sanções".

Uma análise da "história da politica externa dos EUA mostra que este país simplesmente aplicou a maioria das sanções contra muitos países no mundo", disse Zarif em Teerã no domingo.

O ministro estava falando em uma reunião de representantes do setor privado como os embaixadores iranianos acreditados no exterior.  "Se Deus quiser, podemos melhorar a situação dia a dia, enquanto o mundo está conosco e devemos aproveitar esta oportunidade. Hoje, todos os ramos do governo estão unidos no sentido de passar este estágio crítico", acrescentou.

"É claro que não sou tão ingênuo para dizer que podemos criar um confronto entre os EUA e a Europa, mas há uma lacuna entre eles e o Irã deveria usá-lo", disse ele.  

Zarif continuou dizendo que a República Islâmica tem capacidades especiais que devem ser aproveitadas, incluindo a interação com pequenas e médias empresas europeias, o que pode ajudar o setor privado a se tornar mais dinâmico.

Zarif disse: "Podemos transformar as pressões em um aumento na produção nacional e nas exportações não petrolíferas e mostrar aos norte-americanos que deveriam abandonar" essa abordagem. "Acreditamos que o mundo chegou à conclusão de que os Estados Unidos precisam abandonar seu vício em sanções".

O presidente Donald Trump aumentou sua retórica hostil contra o Irã. “Na semana passada, ele ameaçou o país com consequências drásticas”. Zarif disse: "O presidente dos EUA e seus antecessores nos sancionaram por cerca de 40 anos, mas com a graça de Deus e os esforços do povo iraniano, fizemos progresso, conquistamos dignidade dia após dia e suportamos as dificuldades". 

"Precisamos acreditar que podemos também passar por esse fase e mostrar ao mundo que o povo iraniano é muito maior de aqueles que os sancionam", acrescentou.

Em 8 de maio, Trump unilateralmente retirou os EUA de um acordo nuclear multilateral celebrado com o Irã em 2015, apesar das objeções da Europa, Rússia e China - as outras partes do acordo, conhecido como Plano Integral de Ação Conjunta (JCPOA).

A retirada implica impor novamente sanções ao Irã, bem como as chamadas sanções secundárias em países terceiros. Algumas dessas sanções entrarão em vigor depois de um período de suspensão de 90 dias que termina em 6 de agosto, e o restante após um período de suspensão de 180 dias que termina em 4 de novembro.

Mais recentemente, Trump anunciou que pretende reduzir as vendas de petróleo do Irã a "zero". As medidas coletivamente causariam dificuldades para empresas que fazem negócios com o Irã.

No entanto, a Europa, a Rússia e a China decidiram explorar formas de manter o JCPOA e negociar com o Irã.

Zarif disse que, diante da "intimidação" dos EUA, os europeus e os ativistas econômicos devem decidir se querem preservar os interesses europeus ou os interesses de Trump.