Ago. 13, 2018 13:38 UTC
  • Líder: “A má-gestão prejudica mais do que as sanções a economia do Irã” (+fotos)

Pars Today- Líder da Revolução Islâmica, o aiatolá Seyed Ali Khamenei afirma que, enquanto as sanções estrangeiras prejudicam a economia iraniana, a maioria dos problemas econômicos do país é resultado de má administração interna.

Ele precisou que Teerã pode resistir a sanções com melhor desempenho dos funcionários. Aiatolá Khamenei mencionou os atuais problemas econômicos do país, observando que, embora as sanções estrangeiras tenham prejudicado a economia do Irã, a maioria dos problemas econômicos do país é resultado de má administração interna.

"Especialistas em economia e muitos funcionários acreditam que a causa dessa questão não é estrangeira, é interna. Não que as sanções não tenham impacto, mas o maior impacto está relacionado a performances", disse o líder.

A moeda nacional do Irã perdeu muito de seu valor desde o início do ano, especialmente depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, abandonou um acordo nuclear com Teerã e anunciou novas sanções à República Islâmica. “Todas as pessoas estão sentindo os problemas de sustentação de hoje. Uma parte do povo está realmente sob a pressão e os altos preços dos alimentos, moradia e outras coisas estão pressionando-os”, acrescentou o aiatolá Khamenei.

“A desvalorização da moeda nacional é um dos problemas econômicos atuais. O empregado que está pagando o custo da queda da moeda nacional (o Rial) e ele acaba ganhando sem nada”, agregou o Líder.

Os iranianos estão se preparando para novas sanções americanas, cuja primeira onda foi desencadeada por Trump na semana passada, tendo como alvo os setores financeiro, automotivo, aéreo e de metais do Irã. O presidente dos EUA também prometeu que a segunda onda "aumentará ainda mais o nível" em 4 de novembro, atingindo os setores de petróleo e gás e bancário do Irã.

O aiatolá Khamenei disse: "Se as ações [dos oficiais do governo] forem melhores, mais prudentes, mais oportunas e mais fortes, as sanções não terão muito efeito". O líder mencionou a turbulência no mercado de moedas estrangeiras e de moedas de ouro, chamando-o de "imprudência e negligência" de certos funcionários que fizeram com que os dólares do governo acabassem nas mãos de manipuladores. "Esse problema está relacionado às políticas gerenciais pelo executivo", disse o aiatolá Khamenei.

“Quando distribuem moedas estrangeiras e moedas de maneira errada, essa distribuição tem dois lados: um que toma e outro que dá. Todos nós somos aqueles que o tomam, enquanto a culpa principal recai sobre aquele que a distribuiu. Nós não chamamos isso de traição, mas é um grande erro”, disse o Líder.

A desvalorização de Rial apresentou ao governo do presidente Hassan Rouhani possivelmente o mais sério dilema.

Em abril, o governo reduziu o valor oficial do Rial em relação ao dólar a fim de acabar com o mercado de câmbio livre, unificando as taxas oficiais e de livre do mercado a um valor único de 42 mil por dólar. No entanto, a estratégia saiu pela culatra, uma vez que gerou uma rede clandestina de vendedores Forex que alimentou a depreciação da moeda nacional.

Uma queda acentuada do Rial resultou em um salto nas taxas de inflação, à medida que os preços ao consumidor cresceram. Também provocou uma enxurrada de registro de novas empresas que tinham acesso a dólares do governo a preços concessionados. Essas novas empresas começaram a importar commodities de alta demanda com dólares a uma taxa de 42 mil riais e vendê-los a preços inflacionados para obter lucro.

No domingo, o Judiciário disse que as autoridades iranianas prenderam 67 pessoas em uma campanha contra o crime financeiro.  Tribunais especiais estão sendo criados para julgar suspeitos rapidamente depois que o aiatolá Khamenei concordou com o pedido do chefe do Judiciário, aiatolá Sadeq Amoli Larijani, de tratar rapidamente criminosos financeiros.

O aiatolá Khamenei qualificou na segunda-feira que o pedido do chefe do Judiciário é "um passo positivo importante para combater a corrupção e os envolvidos na corrupção econômica". “Escrevi uma carta aos líderes dos três poderes há vários anos e lhes tinha dito que a corrupção é um bicho de sete cabeças que deve ser totalmente confrontado. Qualquer pessoa envolvida na corrupção deveria ser tratada com firmeza, sem qualquer leniência”.

O aiatolá Khamenei, no entanto, lembrou que a campanha deveria ser realizada sem propaganda e políticas estridentes. “Alguns estão dizendo coisas extremas e afirmam que todos são corruptos e usam descrições como corrupção sistemática; Esse não é o caso. É verdade que até mesmo a corrupção menor é demais, mas o extremismo é errado em todos os campos”.

 

Em outra parte de suas observações, o líder ressaltou que a República Islâmica não entrará em novas negociações com os Estados Unidos devido à natureza trapaceira e intimidadora de seu governo. Ele rejeitou conversações com os EUA depois que o presidente Trump pediu negociações diretas com Teerã, dizendo que Washington é somente atrás de ganhar concessões. 

Em uma clara referência à retirada do presidente norte-americano Donald Trump do (JCPOA), o Líder disse: “Por que devemos nos sentar negociando com um regime de bullying e bullying”? Será que se negocia assim?

 

 

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