Ago. 21, 2018 13:34 UTC
  • Irã diz que EUA estão em guerra para conter seu comércio

Pars Today- O Irã afirma que os EUA lançaram uma campanha sem precedente contra o país, enviando pessoas e equipes a diferentes países ao redor do mundo para interromper os laços comerciais de Teerã, mas o esforço fracassará.

"A América não está em posição de fazer o que quiser. Não é hora de ditar e escrever a partir do ditame", disse na segunda-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Bahram Qassemi, a repórteres em Teerã. 

A administração Trump supostamente  formou uma nova “equipe de elite de especialistas em relações exteriores” liderada pelo Departamento de Estado para coordenar e promover suas políticas de pressão contra o Irã em todo o governo e com outras nações.

Brian Hook, o atual diretor de planejamento de políticas do departamento, liderará a equipe como representante especial do governo no “Grupo de Ação do Irã”, informou o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, na quinta-feira.

"Os Estados Unidos estão tentando, em uma guerra psicológica massiva e em uma tentativa total, criar restrições à cooperação econômica do Irã enviando delegações e formando grupos e contatos com países", disse Qassemi.

"Essas ações não se concretizarão e estão sujeitas a fracassar. Embora haja sanções, podemos passar por esse estágio", acrescentou.

O porta-voz minimizou a importância do grupo de ação, dizendo que não era nada novo e que o Irã não o levou muito a sério. 

"A maior parte disso está de acordo com a guerra psicológica e a pressão sobre os países para que não cooperem com o Irã. Estamos observando este grupo e suas ações, e até que ponto estão buscando suas atividades", disse Qassemi.

"Essa medida, como as anteriores, não irá à parte alguma e será neutralizada pela resistência da nação iraniana e pelas estratégias que existem", acrescentou ele, sem dar mais detalhes. 

O movimento dos EUA para lançar uma campanha de pressão contra a República Islâmica segue a retirada de Washington de um acordo nuclear internacional com Teerã e a imposição de novas sanções à República Islâmica.

Os europeus afirmaram seu compromisso com o acordo nuclear e prometeram proteger as empresas contra possíveis sanções dos Estados Unidos, a fim de convencer Teerã a permanecer no acordo.

Qassemi instou a Europa a acelerar os esforços para salvar o acordo diante das empresas europeias que se retiraram do Irã, com o grupo petrolífero francês Total sendo o último a sair formalmente de um grande projeto de gás.

"Os europeus e outros signatários do acordo têm tentado salvar o acordo... mas o processo tem sido lento. Deve ser acelerado", disse ele. 

Embora o Irã tenha reclamações sobre as medidas práticas tomadas pelos europeus para garantir o comércio com a República Islâmica, ainda é otimista, disse Qassemi. "Não perdemos nossa esperança", acrescentou ele.  .

No entanto, "confiamos inicialmente nas capacidades nacionais e econômicas do Irã e então temos um olho na cooperação externa" para superar as novas sanções dos EUA, disse o porta-voz.

Washington disse que as pressões visam obrigar Teerã a fazer uma mudança radical em seu programa nuclear e política externa, incluindo seu envolvimento militar na Síria. 

Um funcionário norte-americano não identificado teria dito que os EUA e a Rússia concordaram em princípio que os iranianos deveriam sair da Síria, mas a Rússia considerou isso uma tarefa difícil. 

Qassemi minimizou as negociações entre o assessor de Segurança Nacional, John Bolton, e seu colega russo, Nikolai Patrushev, no final desta semana em Genebra, que supostamente tocam no papel do Irã na Síria.

Ele disse que há muitas notícias contraditórias sobre a questão, que não devem receber muita atenção, acrescentando que há também uma "séria tentativa de minar as relações entre Irã e Rússia, que tiveram boa cooperação em muitas frentes, inclusive na Síria".

Dito isto, "reitero que temos uma presença de assessoramento militar na Síria a convite de seu governo e, enquanto o governo sírio exigir, lá estaremos presentes -agora e durante a fase de reconstrução", disse Qassemi.

"Não permitiremos que outros interfiram em nossas relações com países vizinhos e periféricos através de uma campanha de propaganda, e é isso que o regime de ocupação sionista e alguns outros estão buscando", acrescentou o porta-voz.

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