Ago. 28, 2018 07:48 UTC
  • Presidente Rouhani no parlamento/ Deputados não convencidos pelas respostas sobre atuais problemas econômicos .

Pars Today- O presidente iraniano, Hassan Rouhani, compareceu no Parlamento para responder a uma série de questões levantadas por legisladores sobre o desempenho econômico de sua administração.

Os legisladores iranianos não foram convencidos nesta terça-feira pelas explicações do presidente Hassan Rouhani sobre o desempenho do governo após o declínio do valor da moeda nacional e das polêmicas políticas econômicas.

Falando ao parlamento iraniano na terça-feira, Rouhani pareceu ligar os protestos contra o governo que levaram milhares de iranianos no início do ano às ruas, à decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, meses depois de se retirar do acordo com o Irã e reimpor sanções. Durante a sessão parlamentar de terça-feira, os legisladores colocaram questões sobre o tratamento que o governo de Rouhani tem feito das questões econômicas do país, incluindo uma alta taxa de desemprego e inflação, um crescimento econômico lento e uma desvalorização do rial do Irã, bem como o contrabando de mercadorias e moedas. Apesar das tentativas de defender suas políticas, os legisladores declararam sua insatisfação com as respostas de Rouhani sobre a deterioração da economia. 

Após as declarações do presidente, os parlamentares votaram separadamente para cada uma das cinco perguntas, cujos tópicos principais incluíam não reprimir o contrabando, a continuação de sanções aos bancos iranianos, a taxa de desemprego e a recessão econômica.

Os legisladores criticaram também a continuação das sanções bancárias contra Teerã, apesar do acordo nuclear de 2015 - sob o qual essas restrições não deveriam mais sair.

Respondendo às perguntas dos legisladores, Rouhani defendeu o desempenho de sua administração em duas rodadas.

 

Presidente Rouhani compareceu na sessão parlamentar de hoje(28)

Após as declarações do presidente, os parlamentares votaram separadamente para cada uma das cinco perguntas, cujos tópicos principais incluíam não reprimir o contrabando, a continuação de sanções aos bancos iranianos, a taxa de desemprego e a recessão econômica.

Com base nos resultados de uma votação expressas na conclusão da sessão, os parlamentares não acharam convincente as respostas do presidente, exceto a pergunta sobre a continuação das sanções ao setor bancário do país, e as respostas de Rouhani agora serão encaminhadas ao Judiciário para revisão.

Segundo a lei, as perguntas serão encaminhadas ao Judiciário do país para tratar do assunto.  Um grupo de parlamentares que criticava a administração da situação econômica pelo governo convocara Rouhani ao Parlamento.

Primeiro, assumindo o poder em 2013, o governo de Rouhani com o slogan “Prudências e Esperança” recebeu o crédito de um acordo nuclear histórico com os estados do mundo no seu primeiro mandato em 2015. O acordo, oficialmente conhecido como Plano Integral de Ação Conjunta (JCPOA), liberou o país de sanções relacionadas a sua atividade nucleares - incluindo as impostas pelos EUA - e foi posteriormente endossado na forma de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.

Em maio, porém, os EUA deixaram o acordo em clara violação de suas obrigações internacionais e restabeleceram sanções contra o Irã como parte de sua nova campanha de pressão econômica. Uma primeira parte de proibições entrou em vigor no início deste mês, enquanto o segundo lote deve entrar em vigor no início de novembro.

O governo prometeu tentar cumprir suas promessas eleitorais, como a prosperidade nacional e ao mesmo combate a campanha de pressão econômica liderada por Washington.

O presidente iraniano, Hassan Rouhani , tentou defender suas políticas à medida que os problemas econômicos aumentam em meio às novas sanções dos EUA. 

"Esteja ciente de que a ruptura cria destruição. Esteja ciente de que pintar uma imagem triste da vida das pessoas levará a um maior desespero", disse ele. Rouhani também aludiu ao Irã ter acesso a uma "terceira via" para lidar com a crise econômica, além de decidir entre abandonar ou se comprometer com o acordo nuclear. Ele não deu detalhes, mas disse que mencionou o plano ao presidente francês, Emmanuel Macron, na segunda-feira.

Foi a primeira vez que o presidente foi convocado pelo Parlamento em seus cinco anos no poder, e os deputados exigiram respostas sobre o desemprego, o aumento dos preços e a acentuada depreciação do rial, que perdeu mais da metade de seu valor desde abril.

 Os EUA voltaram a impor uma onda de duras sanções unilaterais contra o Irã em 7 de agosto, pondo em vigor penalidades que foram levantadas sob o acordo nuclear de 2015. A  primeira das duas rodadas  de sanções dos EUA visou o acesso do Irã às cédulas norte-americanas. O impacto do retorno das sanções também aumentou as tensões políticas dentro do Irã, que tem visto dias de protestos e greves em várias cidades devido à escassez de água, altos preços e manifestação da maior raiva do governo.

O dinheiro iraniano caiu para uma baixa recorde em relação ao dólar norte-americano nas últimas semanas.

 

Guia supremo: "Alguns dos problemas são causados ​​pela  imprudência e má-gestão, independentemente de sanções".

Em comentários em 13 de agosto, o Guia Supremo da Revolução Islâmica, aiatolá Seyed Ali Khamenei, disse que os problemas econômicos não são totalmente causados ​​pelas sanções estrangeiras, mas uma série de problemas internos e má administração são também as causas da atual situação econômica.

Fazendo referência ao aumento dos preços das moedas de ouro e à desvalorização do dinheiro iraniano nas últimas semanas, o Líder disse que alguns dos problemas são causados ​​pela  imprudência e má-gestão, independentemente de sanções. Reiterando a necessidade de séria luta contra a corrupção, o Líder disse que a República Islâmica tem uma linha dura contra a corrupção sem qualquer reserva.

O parlamento iraniano (Majles), convocou várias vezes os ministros de Rouhani para prestar contas. Já neste mês, retirou do ministro do Trabalho, Ali Rabei, e do ministro de Assuntos Econômicos e Finanças, Masoud Karbasian, em processos de impeachment, o seu voto de confiança, obrigando o Presidente reestruturar a sua equipe econômica.

 

 

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