Ago. 29, 2018 10:08 UTC
  • Líder da Revolução Islâmica alertou que o Irã pode deixar o acordo nuclear se o não atender os interesses nacionais (+fotos)

Pars Today- O guia supremo da Revolução Islâmica do Irã, aiatolá Khamenei afirmou que o acordo nuclear assinado em 2015 com seis potências mundiais se não atender aos interesses do Irã, o país poderia abandoná-lo.

"O acordo nuclear é um meio e instrumento e não o nosso objetivo, e se chegarmos a essa conclusão de que ele não pode servir aos nossos interesses nacionais, nós o abandonaremos". Enfatizou o Líder , nesta quarta-feira, em uma reunião com o presidente Hassan Rouhani e membros do  seu governo em Teerã.

O aiatolá Khamenei também salientou que o Irã não negociará com as atuais autoridades "descaradas e irreverentes" dos EUA em qualquer nível com o intuito de chegar a um novo acordo sobre seu programa nuclear. “O resultado das negociações com as anteriores  autoridades norte-americanas que pelo menos aguardavam discretas chegou a este resultado. Agora, como se pode negociar com as atuais autoridades americanas que são mais  descaradas e irreverentes e estão ameaçando abertamente os iranianos? Portanto, nenhuma negociação em qualquer nível será realizada e autorizada com os norte-americanos”, apontou o Líder.  

O Líder disse ainda que os americanos buscam se gabar de que conseguiram trazer o Irã para a mesa de negociação, mas Teerã não terá conversas com eles. Ele observou que Teerã não deve colocar sua esperança na Europa sobre questões diferentes, seja a JCPOA ou a economia, mas podemos desenrolar as relações. "Os europeus devem entender, pelas ações e palavras dos seus dirigentes, que suas ações levarem a medidas e reações apropriadas da República Islâmica do Irã", observou ele.

Em outras partes de seus comentários, o Líder mencionou a questão da economia e pediu à administração iraniana que trabalhe em grande escala para resolver os problemas econômicos que a nação enfrenta. “Com relação à economia, há necessidade de força total, trabalho em grande escala e proficiente; e as autoridades encarregadas dos assuntos econômicos devem trabalhar arduamente dia e noite para resolver os problemas”, disse ele.

O aiatolá Khamenei precisou que o inimigo tem focado sua atenção na economia iraniana devido a certas fraquezas econômicas no país, reiterando que, ao lidar com problemas econômicos, as autoridades precisam se concentrar nas políticas da economia de resistência que é baseada na produção doméstica. As políticas da economia de resistência ajudarão o Irã a construir uma fortaleza e aumentar as capacidades contra o inimigo e o Desenvolvimento, disse o Líder, acrescentando que a economia de resistência que gira em torno da produção doméstica pode atuar como uma ferramenta ofensiva e defensiva.

Antes do discurso do Líder, Rouhani fez um relatório sobre as medidas de seu governo nos últimos cinco anos, inclusive na economia. Ele também criticou os EUA por impor novamente as sanções contra o Irã em violação de todos os regulamentos internacionais e disse que Washington não se compromete com nada e não confiante.   Ele disse que a nova imposição de sanções pelos EUA contra o Irã não visa apenas à economia do país, argumentando que Washington está tentando mais uma vez dominar o país. "Eles buscam pisotear a economia do Irã mais uma vez e imposição a sua vontade aos iranianos, mas a nação iraniana não se submeterá a isso e a provará ao mundo através da resistência", acrescentou.

As declarações do líder ocorreram um dia depois que Rouhani compareceu ao Parlamento para responder a uma série de perguntas levantadas por legisladores sobre o desempenho econômico de seu governo.

Durante a sessão parlamentar de terça-feira, os legisladores colocaram questões sobre o tratamento que o governo de Rouhani, no âmbito econômico do país, incluindo uma alta taxa de desemprego, desaceleração do crescimento econômico e uma desvalorização da moeda nacional, bem como o contrabando de mercadorias e moedas.

Os Estados Unidos aumentaram a pressão sobre o Irã depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, retirou Washington de o acordo nuclear iraniano, oficialmente conhecido como Plano Integral de Ação Conjunta (JCPOA), alcançado entre o Irã e o grupo de países P5 + 1 em 2015, e decidiu voltar a impor sanções unilaterais contra Teerã.

Segundo o acordo, o Irã comprometeu-se a impor limites ao seu programa nuclear em troca da remoção de sanções relacionadas a armas nucleares.

 

 

 

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