Set. 14, 2016 15:57 UTC
  • Chanceler iraniano pede frear o wahabismo para impedir violencia

O chanceler iraniano, Mohamad Yavad Zarif, faz um apelo para deter o wahabismo com o fim de impedir a expansão da violência no Oriente Médio.

“Grande parte da violência gerada (no  Oriente Médio) é fruta do uso abusivo do nome do Islã e têm suas raízes no pensamento de wahabismo”, portanto, é imprescindível, “que as autoridades saudíes abandonem suas propagações de terror e acusação e cooperem com a comunidade internacional para erradicar a marca do terrorismo e a violência que ameaça  todo o mundo”, salientou o Zarif em um artigo publicado nesta quarta-feira na página do Site do jornal norte-americano The New York Times.

Assim mesmo, denúncia a Arábia Saudita por promover o wahabismo durante as últimas três décadas e destorcer por completo a verdadeira imagem do Islã.

“A que referimos quando falamos de mudança? Durante as últimas três décadas Riad tem investido milhares de milhões de dólares para promover o wahabismo através das mesquitas e escolas religiosas em todo mundo. Esta ideologia pervertida tem gerado grandes devastações desde a Ásia até a África e desde Europa até as Américas (…)”, explica o chefe da Diplomacia Iraniana.

Na sua avaliação, ainda que o Wahabismo tem atraído uma pequena parte dos muçulmanos, não obstante, o efeito que tem tido, foi devastador, daí que todos os grupos terroristas que levam a cabo suas atividades sob o nome do Islã (Al-Qaeda e seus filiais na Síria e Boko Haram em Nigéria) seguem esta macabra seita.

De acordo com Zarif, a comunidade internacional já não pode tolerar a matança dos cristãos, judeus, xitas e até suníes pelos grupos wahabitas. “Enquanto grande parte de Oriente Médio está submersa no caos, existe a ameaça de que poucos (países) que gozam de estabilidade também se forem afetados pela confrontação do wahabismo e o sunismo”, adverte.

De fato, pede à comunidade internacional e à Organização das Nações Unidas (ONU) adotar medidas coerentes para impedir qualquer ajuda econômica a esta ideologia nefasta “baseada no ódio e o extremismo”, disse o Ministro iraniano.

Em outro ponto, Zarif menciona a invasão do Iraque por parte de Estados Unidos, apenas  pelo pretexto de combater o terrorismo logo após os atentados do 11 de setembro.

“Sem dúvida alguma, a invasão do Iraque por Estados Unidos em 2003 gerou muitos conflitos e confrontos, no entanto o papel que desempenhou o wahabismo patrocinado por Arábia Saudita foi relevante, ainda que este tema fosse desatendido por Occidente até o 11-S de 2001”, sublinha.

Por último, Zarif faz questão de que Riad não pode fazer parte de nenhuma solução para resolver as crises atuais da região pelo mero fato de apoiar e propagar a ideologia wahabita, que é a fonte da violência.

“As novas realidades de nossa região podem aceitar a Riad desde que os sauditas mudem a sua atual retórica para as questões regionais”, concluiu.

 

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