Dois terços da população do Iémen tem dificuldades para se alimentar
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Três agências das Nações Unidas (ONU) lançaram hoje um pedido de ajuda urgente para evitar "uma catástrofe" no Iémen, onde cerca de dois terços da população tem dificuldades para se alimentar, principalmente devido ao conflito.
(last modified 2018-08-22T15:31:52+00:00 )
Fev. 10, 2017 12:57 UTC
  • Dois terços da população do Iémen tem dificuldades para se alimentar

Três agências das Nações Unidas (ONU) lançaram hoje um pedido de ajuda urgente para evitar "uma catástrofe" no Iémen, onde cerca de dois terços da população tem dificuldades para se alimentar, principalmente devido ao conflito.

De acordo com uma avaliação feita pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), pelo Programa Alimentar Mundial (PAM) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), 17,1 dos 27,4 milhões de iemenitas estão com muitas dificuldades para se alimentar.

Entre os que estão em dificuldades, 7,3 milhões estão com necessidade de assistência alimentar urgente, ou seja, três milhões a mais do que no verão de 2016, anunciaram as três agências num comunicado conjunto.

A taxa de subnutrição é "crítica" e afeta mais de 15% da população em quatro províncias: Abyan, Hadramout, Taëz e Al-Hodeida.

"A velocidade com que a situação está a deteriorar-se e o aumento dramático no número de pessoas que enfrentam a insegurança alimentar são extremamente preocupantes", disse Salah El Hajj Hassan, representante da FAO no Iémen.

Stephen Anderson, diretor do PAM no país, alertou que sete milhões de pessoas estão em risco "de não serem capazes de sobreviver a esta situação, se ela perdurar".

Meritxell Relaño, representante da UNICEF no Iémen, afirmou que "as taxas de subnutrição são as mais altas já alcançadas em crianças (...)".

"Mesmo que sobrevivam, essas crianças tendem a não se desenvolverem plenamente, o que representa uma séria ameaça para toda uma geração", avaliou Relaño.

Na quarta-feira, a ONU exigiu 2,1 mil milhões de dólares (dois mil milhões de euros) este ano para ajudar 12 milhões de pessoas afetadas pelo conflito, particularmente os 2,1 milhões de crianças que sofrem de subnutrição aguda.

O Iémen vive um conflito desde que uma coligação internacional liderada pela Arábia Saudita, apoiando as forças do Governo, começou em março de 2015 um campanha de bombardeamentos para expulsar as forças do movimento popular"Anssarollah" que assumiram o controlo da capital Sanaa e outras partes do país.

O conflito já provocou mais de 7.400 mortos e mais de 40.000 feridos. Todas as tentativas de mediação para um cessar-fogo feitas pela ONU acabaram por fracassar.