HAMAS insiste em um Estado palestino com fronteiras de 1967
O movimento de resistência islâmica Hamas divulgou nesta segunda-feira uma versão atualizada do seu programa político admitindo, pela primeira vez, a criação de um Estado palestino limitado às fronteiras de 1967.
“Sem comprometer sua rejeição à entidade sionista e sem renunciar a quaisquer direitos palestinos, o Hamas considera o estabelecimento de um Estado palestino totalmente soberano e independente, com Jerusalém como sua capital e ao longo das fronteiras de 4 de junho de 1967, com o retorno dos refugiados e deslocados para as suas casas”, escreveu o grupo em sua página na internet.
No documento, o Hamas diz ser “totalmente ilegal” o estabelecimento de Israel, mas explica que sua luta não é contra o povo judaico em geral, uma vez que a mesma não tem caráter religioso.
“O Hamas não luta contra os judeus porque eles são judeus, mas luta contra os sionistas que ocupam a Plaestina. No entanto, são os sionistas que constantemente identificam o judaísmo e os judeus com seu próprio projeto colonial e sua entidade ilegal.”
Ao aceitar as fronteiras de 1967, o radical Hamas se aproxima da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), liderada por Mahmoud Abbas, que se encontrará com o presidente dos EUA, Donald Trump, na próxima quarta-feira, para discutir em nome dos palestinos uma resolução para o conflito com os israelenses.
“HAMAS acredita que nenhuma parte da terra da Palestina será comprometida ou concedida, independentemente das causas, circunstâncias e pressões e não importa quanto tempo à ocupação dure” enfatizou o documento HAMAS.”.
No documento, o Hamas afirma que, independentemente da aceitação de um Estado sob as fronteiras de 1967, o refugiados palestinos e deslocados devem voltar para as casas de onde foram expulsos, uma demanda que Israel rejeita pelo desequilíbrio demográfico que lá existe.
O novo documento político de HAMAS tem 41 disposições que enfatiza o papel do Movimento na luta contra Israel e considera a luta armada como a única opção para libertar toda a Palestina.
O chefe da liderança política do Hamas, Khaled Mashal, sublinhou na segunda-feira que o documento declara nula e sem efeito a Declaração Balfour e a resolução de Fragmentação da Palestina das Nações Unidas e de outras resoluções e medidas similares.