Mar. 26, 2018 07:08 UTC
  • O Irã pede que EUA e Europa de parar o apoio aos agressores no Iêmen

Pars Today- O Irã instou os Estados Unidos e "alguns países europeus" a pararem seu apoio aos estados agressores no Iêmen, acusando-os de destruir o empobrecido país árabe e de cometer crimes contra a humanidade.

“Seria mais apropriado que os Estados Unidos e alguns países europeus tomassem medidas sérias para impedir a guerra e incessantes crimes de guerra no Iêmen, em vez de apoiar os agressores contra o Iêmen e fornecer-lhes todo tipo de armamento e aeronaves militares”, disse o Ministério das Relações Exteriores do Irã em um comunicado divulgado no domingo para marcar o início do quarto ano da guerra do Iêmen.

O Ministério das Relações Exteriores do Irã descreveu como "muito deplorável" a atual situação humanitária no Iêmen e disse que os agressores não conseguiram atingir nenhum de seus objetivos e só devastaram o país empobrecido e cometeram crimes desumanos. Ele enfatizou que a questão da fome causada pela coalizão liderada pela Arábia Saudita e utilizá-la como uma ferramenta para exercer pressão sobre o povo iemenita é uma medida desumana, que vai contra o direito internacional humanitário.

Segundo as instituições internacionais, a continuação do bloqueio aéreo, marítimo e terrestre do Iêmen pela Arábia Saudita levou à pior situação humanitária do mundo, colocando mais de 20 milhões de iemenitas à beira da fome.

Mais de 14.000 pessoas foram mortas desde o início da campanha militar da Arábia Saudita contra o Iêmen em março de 2015. Grande parte da infraestrutura do país da Península Arábica, incluindo hospitais, escolas e fábricas, foi reduzida a escombros devido à guerra.

De acordo com um relatório do Ministério dos Direitos Humanos do Iêmen no domingo, a atual campanha militar liderada pelos sauditas contra o Iêmen matou e feriu mais de 600.000 civis, incluindo milhares de crianças. Mais de 247.000 crianças perderam a vida devido à desnutrição severa, e 17.608 civis morreram por causa da incapacidade de viajar para o exterior em busca de tratamento médico.

As Nações Unidas dizem que 22,2 milhões de iemenitas precisa de ajuda alimentar, incluindo 8,4 milhões ameaçados pela fome severa. Um funcionário de alto escalão da ONU alertou recentemente sobre as condições de vida "catastróficas" no Iêmen, afirmando que há um risco crescente de fome e cólera neste país.

"Após três anos de conflito, as condições no Iêmen são catastróficas", disse John Ging, diretor de operações de ajuda da ONU, ao Conselho de Segurança da ONU em 27 de fevereiro Ging disse que a cólera infectou 1,1 milhão de pessoas no Iêmen desde abril do ano passado, e que um novo surto de difteria ocorreu no país árabe devastado pela guerra desde 1982.

O Ministério das Relações Exteriores do Irã apontou ainda para o plano de paz de quatro pontos da República Islâmica para o Iêmen e mais uma vez reiterou que a crise do Iêmen só podia ser resolvida por meio de uma abordagem política.

"A República Islâmica do Irã conclama a comunidade internacional a aumentar a pressão internacional a fim de acabar com a agressão e o cerco no Iêmen", disse o comunicado. "O Irã está pronto para ajudar os lados opostos a estabelecer um cessar-fogo e iniciar o diálogo iemenita-iemenita e encontrar uma solução pacífica para a crise do Iêmen", acrescentou.

Em abril de 2015, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, apresentou um plano de paz de quatro pontos para o Iêmen às Nações Unidas, em uma tentativa de acabar com o derramamento de sangue no país árabe.

"É imperativo que a comunidade internacional se envolva mais efetivamente no fim dos ataques aéreos sem sentido e no estabelecimento de um cessar-fogo", disse Zarif, acrescentando que Teerã está disposto a cooperar com a ONU para "facilitar e encorajar o fim imediato desses bombardeios sem sentido" e o início de um diálogo genuíno para encontrar uma solução política para esta trágica crise. ”

 

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