Israel rejeita qualquer investigação sobre violência em Gaza
Pars Today- O regime israelense rejeitou hoje os apelos internacionais para uma investigação independente após o massacre na sexta-feira de pelo menos 17 palestinianos durante confrontos com o exército israelita junto à fronteira entre Gaza e o Estado hebreu.
Quase todo o mundo, incluindo a Organização das Nações Unidas (ONU) e a União Europeia (UE), condenaram o uso de força excessiva por Israel durante a Longa Marcha de Retorno no enclave costeiro. O uso de balas reais pelo exército israelita nos confrontos de sexta-feira levantou sérias preocupações no seio da comunidade internacional, com a ONU e a União Europeia (UE) a pedirem uma investigação independente e transparente. Um apelo reiterado por organizações de defesa dos direitos humanos.
Na sexta-feira, confrontos entre manifestantes palestinianos e o exército israelita registados na fronteira de Gaza com Israel fizeram pelo menos 17 mortos e mais de 1.400 feridos, dos quais 758 com ferimentos provocados por munições reais. Tratou-se do dia mais sangrento desde a guerra de 2014 em Gaza, no qual 17 palestinos perderam vida e mais de 1470 ficaram feridos.
No entanto, neste domingo, o ministro da Defesa israelita, Avigdor Lieberman, qualificou como "hipócritas" os apelos para abrir uma investigação sobre os acontecimentos de sexta-feira. "Não haverá comissão de inquérito", disse Avigdor Lieberman, em declarações à rádio pública israelita. "Não haverá tal coisa aqui, nem vamos cooperar com nenhuma comissão de inquérito", acrescentou Lieberman.
Os palestinianos acusam os soldados israelitas de terem disparado contra manifestantes que não representavam qualquer perigo imediato. Israel justificou a ação, afirmando que todas as vítimas mortais estavam a cometer ações violentas.
Os incidentes ocorreram na sequência do protesto intitulado "A Grande Marcha do Regresso", convocado pelo movimento palestino Hamas (que controla a faixa de Gaza desde 2007) e que deve durar cerca de seis semanas, que reuniu milhares de palestinos junto à barreira fronteiriça que separa a Faixa de Gaza de Israel.
O protesto foi organizado para defender "o direito de regresso" dos refugiados palestinianos às terras que tiveram de abandonar durante a guerra da independência israelita de 1948 e para denunciar o bloqueio rigoroso em vigor contra este enclave palestino.
Autoridades israelenses, como o primeiro-ministro desse regime, Benjamin Netanyahu , elogiaram o desempenho das forças de guerra israelenses, afirmando que eles fizeram "o que era necessário e merecem uma medalha". Benjamin Netanyahu, ao rejeitou todas as críticas e manifestou o seu apoio ao exército. "Bravo aos nossos soldados", disse o chefe do Governo de Israel, que denunciou hoje também as "lições de moral" do Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que acusou, no sábado, as autoridades israelitas de terem cometido um "ataque desumano". "O exército mais ético do mundo não recebe lições de moral por parte daquele que bombardeia civis de forma indiscriminada há vários anos", escreveu Benjamin Netanyahu na sua conta na rede social Twitter.
O Lieberman até chegou a ameaçar tomar medidas militares mais fortes e violentas contra os manifestantes palestinos, "especialmente se um deles tentar cruzar a barreira fronteiriça" entre a Faixa de Gaza e os territórios ocupados.
Em resposta, Erdogan acusou hoje o primeiro-ministro israelita de ser um "ocupante (...) e ao mesmo tempo um terrorista".
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou Benjamin Netanyahu como terrorista após o premiê israelense rejeita a lição moral da Turquia em conexão com o assassinato de palestinos perpetrada pelo regime militar de Israel em Gaza.
A forte repressão militar israelense contra os moradores de Gaza continuou no sábado e domingo. De fato, no sábado, mais de 70 palestinos foram feridos pelos disparos de balas reais por soldados israelenses quando celebravam os funerais das vítimas de sexta-feira.