Ministro da inteligência de Israel propõe "coalizão militar" contra o Irã
Pars Today- O ministro da Inteligência israelense, Yisrael Katz propôs que "uma coalizão militar" seja formada contra o Irã, caso Teerã busque o enriquecimento de urânio para uso "militar", sugerindo que a força militar for composto pelo regime israelense, os EUA, os estados ocidentais e seus aliados árabes.
Falando à imprensa na terça-feira, o ministro da Inteligência israelense, Yisrael Katz, afirmou que o Irã já administrou um esquema de enriquecimento "não supervisionado" com o potencial de armar o país com armas nucleares. Os aliados precisarão emitir uma declaração contra a República Islâmica "se os iranianos não se renderem agora e tentarem retornar", disse ele, acrescentando que a declaração estaria ameaçando os iranianos de que "uma coalizão militar será formada contra eles".
"Deve haver uma declaração clara do presidente dos Estados Unidos e de toda a coalizão ocidental" se o Irã voltar a enriquecer o "urânio militar", disse o ministro. "Os árabes e Israel certamente estariam lá também", acrescentou.
Washington e Tel Aviv, e em menor escala seus parceiros ocidentais e árabes, afirmaram que o programa de energia nuclear de Teerã nutre aspectos militares.
O Irã tem estritamente e em todas as circunstâncias negou perseguir qualquer ambição militar através de seu trabalho nuclear. O país afirma que sob a um fatwa (decreto religioso) emitido pelo líder da Revolução Islâmica, o aiatolá Seyed Ali Khamenei, sua política há muito estabelecida é se opuser à aquisição, produção, estocagem e uso de armas nucleares.
Em dezembro de 2015, a diretoria da Agência Internacional de Energia Atômica votou esmagadoramente em favor de um projeto de resolução, que encerrou o chamado caso das dimensões militares possíveis (PMD) no programa nuclear iraniano. A votação pôs fim a uma investigação de 12 anos sobre as "questões passadas e presentes" sobre as atividades nucleares do Irã, que a agência nuclear da ONU vinha investigando sob pressão do regime israelense, dos EUA e de seus aliados.
Os EUA, no entanto, retiraram-se do acordo no mês passado, encorajando Israel em seus esforços para tentar acabar com o acordo e obter mais apoio para sua campanha anti-Irã. Apesar dos esforços hostis de Tel Aviv e Washington, os países europeus prometeram continuar respeitando o acordo e tentar o máximo para preservá-lo.
Os comentários do ministro israelense vêm no momento em que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu embarcou em uma turnê pela Europa para persuadir os líderes europeus a seguirem os EUA e abandonarem o acordo com o Irã. Isto é enquanto o Irã está atualmente em conversações com os outros signatários sobre o futuro do acordo.
Teerã disse que permanecerá no JCPOA se os europeus darem garantias de que um acordo sem os EUA ainda protegeria os interesses iranianos.