Jul. 29, 2018 08:48 UTC
  • Ativistas tentarão furar bloqueio marítimo imposto por Israel na Faixa de Gaza

Uma flotilha internacional que tenta desafiar o bloqueio marítimo de Israel na Faixa de Gaza está se aproximando do destino, apesar de sua localização exata ser desconhecida.

A "Flotilha da Liberdade", com três embarcações, partiu de Palermo, na Sicília, no dia 21 de julho. A previsão é de que a primeira delas chegue na costa de Gaza no domingo, afirmou à AFP Pierre Stambul, presidente da União Judaica Francesa pela Paz.

Segundo Stambul, que não está a bordo, uma das três embarcações da "Flotilha da Liberdade", chamada al-Awda em árabe (o retorno), pode chegar às costas de Gaza já no domingo. Cerca de 40 ativistas de 15 países estão a bordo dos navios, que deixaram a cidade italiana de Palermo em 21 de julho.

A Faixa de Gaza está sob um cerco de Israel desde 2007 e testemunhou três guerras. O regime israelense também realiza ataques aéreos regulares no enclave costeiro sob o pretexto de atingir posições pertencentes ao movimento de resistência palestino Hamas. O Egito coopera estreitamente com Israel na manutenção do cerco ao manter Rafah, o único terminal terrestre de Gaza que ignora Israel, fechado a maior parte do tempo. 

Como nas tentativas anteriores de romper o bloqueio, espera-se que os navios sejam parados no mar pela marinha israelense e levados para um porto israelense.

Zaher Birawi, chefe do Comitê Internacional para Quebrar o Cerco de Gaza, confirmou que a flotilha havia cruzado as águas egípcias e que deve chegar às águas territoriais de Gaza no domingo. O correspondente da PressTV Richard Sudan, que está a bordo da flotilha, disse em um vídeo postado online que um dos navios havia saído com um "problema" não especificado e que dois barcos estavam indo para Gaza.

Ativistas europeus e um legislador jordaniano estão a bordo do al-Awda, que também está levando assistência médica para os moradores de Gaza, acrescentou. No entanto, espera-se que a marinha israelense impeça que os navios cheguem às margens de Gaza, como foi o caso de tentativas anteriores de ativistas pró-palestinos.

Os ativistas enfatizaram que resistirão à esperada aquisição dos barcos por Israel de maneira não violenta, informaram os relatórios.

Em 2010, soldados israelenses mataram nove ativistas turcos quando invadiram uma flotilha de seis navios que tentava chegar à Faixa de Gaza, desafiando o bloqueio. Outro ativista morreu anos depois.

Os assassinatos irritaram a Turquia — que cortou os laços diplomáticos com Israel. 

Turcos pró-palestinos se reúnem no quarto aniversário de uma incursão israelense mortal na Flotilha da Liberdade, em Istambul, na Turquia, em 30 de maio de 2014. (Foto de arquivo por AP)

Em maio de 2010, um ataque israelense a uma flotilha de ajuda a Gaza, chamada Mavi Marmara, matou 10 ativistas turcos em alto mar e provocou a queda de Ankara-Tel Aviv.

Os dois lados normalizaram as relações em junho de 2016, mas seus laços caíram para uma nova baixa em maio de 2018, após a expulsão dos enviados, em meio a crescentes tensões pela morte de dezenas de palestinos na Faixa de Gaza, nas mãos das forças israelenses.

As tensões escalaram perto da cerca de Gaza desde 30 de março, o que marcou o início de uma série de protestos, apelidados de "A Grande Marcha de Retorno", exigindo o direito de retornar para os que foram expulsos de sua terra natal.

Os confrontos em Gaza atingiram o auge no dia 14 de maio, véspera do 70º aniversário do Nakba Day (o Dia da Catástrofe), que coincidiu este ano com a transferência da embaixada dos EUA de Tel Aviv para “Al-Quds” (Jerusalém ocupados).

 

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