Jatos sauditas atacam ônibus carregando crianças, deixam 43 civis mortos
Pars Today- Dezenas de pessoas foram hoje mortas ou feridas num ataque contra um ônibus que transportava crianças no norte do Iémen, na província de Saada, no noroeste do Iêmen.
O ônibus foi atacado em um mercado na cidade de Zahyn em Saada, na quinta-feira, informou a rede de televisão al-Masirah, do Iêmen.
Abdul-Ghani Nayeb, chefe de um departamento de saúde em Saada, calcula o número das mortes aos 43, dizendo que mais de 60 pessoas também ficaram feridas.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) disse em um comunicado que o ônibus estava carregando crianças.
"Segundo o direito humanitário internacional, os civis devem ser protegidos durante os conflitos", acrescentou o CICR sem indicar com precisão o número de mortos e feridos.
Líderes tribais da região também confirmaram o bombardeamento aéreo de hoje e referiram-se a menos 20 mortos, incluindo crianças.
Na quinta-feira, pelo menos 55 civis foram mortos e 170 feridos após diversos ataques em Hodeidah (oeste), ainda segundo CICR.
A cidade estratégica de Hodeidah é controlada pelos 'Houthis', que também acusaram a coligação chefiada pelos sauditas, com um particular envolvimento dos Emirados Árabes Unidos (EAU), de responsabilidade pelos ataques.
“O ataque que hoje ocorreu na província de Saada é uma operação militar legítima contra elementos que (...) dispararam um míssil em direção à cidade [saudita] de Jizan, provocando um morto e feridos entre os civis", indicou em uma reação absurda e desafiadora, a coligação que intervém no Iémen desde 2015 em apoio ao Governo reconhecido pelas instâncias internacionais.
Os ataques "conformaram-se às leis internacionais e humanitárias", afirmou o comunicado, citando o porta-voz da coalizão, o coronel Turki al-Malki.
Em outros lugares, jatos de combate sauditas bombardearam o distrito de Zabid, na província de Hudaydah, no oeste do Iêmen, matando dois civis e ferindo uma criança.
A Arábia Saudita e alguns de seus aliados, particularmente os Emirados Árabes Unidos, lançaram uma guerra brutal, denominada “Operação Decisiva” contra o Iêmen em março de 2015, na tentativa de reinstalar o ex-presidente iemenita Abd Rabbuh Mansur Hadi, um aliado convicto de Riad e esmagar o movimento popular de Ansarullah.
Inicialmente, a ofensiva consistia em uma campanha de bombardeio, mas depois foi associada a um bloqueio naval e ao envio de forças terrestres para o Iêmen.
A guerra imposta até agora não conseguiu atingir o seu objetivo, graças à firme resistência montada por tropas iemenitas e combatentes Houthis, mas desencadeou a pior crise humanitária do mundo no mais pobre estado da Península Arábica.