Jul. 05, 2018 14:23 UTC
  • Príncipe Aga Khan vem a Portugal com uma multidão de 45 mil fiéis

Líder da comunidade muçulmana ismailita, cujo pai foi casado com aLvhstriz Rita Hayworth, será recebido com honras de Estado por António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa. Programa inclui concerto de Cuca Roseta esta noite, no Altice Arena.

Aga Khan IV, o líder espiritual de 15 milhões de muçulmanos ismailitas espalhados pelo mundo, vai arrastar uma multidão de 45 mil fiéis a Lisboa, onde encerra, a partir desta quinta-feira e até 11 de Julho, as comemorações dos seus 60 anos como líder de uma comunidade religiosa que congrega cerca de sete mil fiéis em Portugal.

O programa, que arranca na noite desta quinta-feira com um concerto de Cuca Roseta e Cheb Khaled, inclui recepções com honras de Estado promovidas por Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa. E serve para dar a conhecer o multimilionário que lidera este ramo minoritário da comunidade muçulmana xiita com presença nas elites empresariais e académicas de cerca de 30 países, Portugal incluído.

Karim al-Hussaini não é um líder religioso convencional. Nascido na Suíça, estudou em Harvard antes de, em 1957, ter sucedido ao avô na chefia dos ismailitas que o crêem descendente direto do profeta Mohammad.

Os oito mil fiéis que vivem em Portugal gostam de ser discretos, quase invisíveis. “Detestam o mediatismo e raramente surgem nos jornais”, diz o o antropólogo especialista em minorias étnicas José Gabriel Pereira Bastos.

A participação nas atividades e nas estruturas internas tem um objetivo: pôr em prática as orientações de Aga Khan IV, o líder religioso da comunidade espalhada por 25 países e que encabeça uma rede de instituições financeiras, empresariais e de ajuda ao desenvolvimento.

Estas movimentam anualmente mais de 550 milhões de euros apenas para actividades sociais e culturais. O propósito último é que “os ismailitas se mantenham como uma elite bem integrada, com um estatuto de respeito e dignidade reconhecido nos vários países onde vivem”, resume o antropólogo especialista em minorias étnicas José Gabriel Pereira Bastos.

Na base de toda a organização ismailita está uma Constituição própria, aprovada em 1986. Ali são definidos aspectos religiosos, de obediência ao príncipe e às várias instituições que dão corpo à comunidade, com conselhos nacionais ou regionais e até um sistema de arbitragem e resolução de conflitos, que é alternativo aos tribunais. Contudo, e em primeiro lugar, os ismailitas têm de obedecer à Constituição dos países onde vivem.

 

 

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