Cabo Verde entre países que acolheram ex-prisioneiros de Guantanamo
(last modified Wed, 06 Apr 2016 11:50:52 GMT )
Abr. 06, 2016 11:50 UTC
  • Cabo Verde entre países que acolheram ex-prisioneiros de Guantanamo

Pelo menos 57 antigos prisioneiros de Guantanamo foram transferidos para 13 países africanos, entre eles um para Cabo Verde, a que se juntarão, em breve, outros dois aceites segunda-feira pelo Senegal, noticia hoje a revista Jeune Afrique. Segundo a edição "online" da revista sobre atualidade africana, com sede em Paris, 53 dos 59 antigos detidos na prisão norte-americana em Cuba são originários do continente africano, tendo, na sua maioria, sido transferidos para o país de origem.

Apenas quatro Estados aceitaram receber prisioneiros de outras nacionalidades - o Senegal aceitou dois líbios a 03 deste mês, o Gana dois iemenitas em janeiro último, Marrocos um líbio (transferido em 2004 e que morreu em 2009) e Cabo Verde um sírio, em julho de 2010.

Por países, a Argélia é o país que mais prisioneiros de Guantanamo, com 17, seguindo-se Marrocos (13), Sudão (12), Somália (três), Tunísia, Gana Líbia e Mauritânia (todos com dois) e Uganda, Cabo Verde, Egito e Chade (todos com um).

A primeira transferência de prisioneiros para África ocorreu a 01 de julho de 2003, quando o marroquino Abdullah Tabarak, foi transportado para Marrocos.

Tabarak era suspeito de ter apoiado a fuga de Osama Bin Laden, em outubro de 2001 e, segundo as últimas informações, o suspeito estará em liberdade no seu país de origem.

Esta situação é uma "exceção" que, segundo o Jeune Afrique, foi denunciada por vários observadores, permanecendo um "mistério" nunca explicado pelas autoridades marroquinas.

Os ex-detidos de Guantanamo, lembra a revista francófona de atualidade africana, raramente encontram a liberdade, mesmo que nunca tenham sido declarados culpados.

Em Guantanamo, prisão que a administração norte-americana de Barack Obama pretende encerrar até ao final do atual mandato, em 2017, permanecem ainda 89 detidos. Em 2009, Guantanamo albergava 242 detidos.

Segundo a imprensa norte-americana, prevê-se nas próximas semanas que mais prisioneiros sejam transferidos para outros países.

Segundo o Departamento de Estado norte-americano, dos 89 que ainda permanecem na prisão norte-americana em Cuba, 37 receberam autorização para serem transferidos.

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