Odebrecht pagou $ 800 milhões a vários países da América Latina
A Corte do Distrito do Estado de Nova York realizou uma acusação sobre a companhia brasileira Odebrecht, que pagou por subornos a vários países Latino-americanos.
Segundo documentos do Tribunal do Distrito Ocidental de Nova York publicados na quarta-feira pelo Departamento de Justiça dos EUA, a construtora brasileira Odebrecht pagou ao redor de 788 milhões de dólares em subornos em 12 países Latinoaméricanos e África, inclusive Angola, Argentina , Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela.
O texto contém um apartado que se titula "Visão geral do esquema de subornos" e adverte que, entre 2001 e 2016, Odebrecht e seus "coconspiradores" lembraram prover centos de milhões de dólares em pagamentos a partidos políticos, servidores públicos e candidatos políticos estrangeiros para se assegurar uma vantagem e influência.
Só no Brasil entre 2003 e 2016 a companhia desembolsou 349 milhões de dólares em subornos e conseguiu ganhos por mais de 1900 milhões. Enquanto servidores públicos da Argentina, México, Colômbia e Brasil, entre outros, receberam milionários pagamentos da construtora para obter vantagens que reportaram um ganho de 1400 milhões de dólares.
De acordo com o Departamento de Justiça estadounidense, "a empresa abonó esse dinheiro com o fim de assegurar uma vantagem indevida para conseguir ou reter negócios para Odebrecht".
Para aprofundar a rede de coimas, "Odebrecht e seus conspiradores" criaram uma complexa estrutura financeira secreta que operou para contar e desembolsar os pagamentos para os beneficiados estrangeiros. Com o tempo, o sistema evoluiu e em 2016 Odebrecht estabeleceu a Divisão de Operações Estruturadas, uma seção independente da construtora que funcionou como um "departamento de subornos", como assinala o texto da acusação.
A divulgação desses papéis coincidiu com o anúncio na quarta-feira de Odebrecht de que assinou acordos pelos que se comprometeu a pagar multas somadas por 6959,4 milhões de reais (uns 2047 milhões de dólares) aos governos dos EUA, Brasil e Suíça para compensar os atos ilícitos pelos que lhe pesquisa nos três países.
O ex-presidente executivo da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, foi detido em junho de 2015 ,e por enquanto, já tem sido condenado a 19 anos de prisão por seu envolvimento na trama corrupta da Petrobras, mais conhecida como "Lava Jato".