Queda de avião militar russo faz 92 mortos
Aparelho fabricado há 33 anos transportava Coro do Exército Vermelho, que ia cantar numa base aérea na Síria. Putin criou comissão de inquérito dirigida pelo primeiro-ministro
Um avião militar russo despenhou-se neste domingo com 92 pessoas a bordo. Transportava membros do Exército Vermelho, a caminho da Síria, grande parte dos quais pertenciam a um coro militar, o Alexandrov Ensemble, que ia actuar numa festa de Ano Novo, numa base aérea. Segundo as mais recentes informações do Ministério da Defesa russo, não há sobreviventes.
A aeronave tinha descolado de Adler, a sul da estância de Sochi, na costa do Mar Negro, onde fizera escala para se reabastecer de combustível. Entre os passageiros estavam também nove jornalistas. “Os destroços do avião foram encontrados a quilómetro e meio do litoral de Sochi, a uma profundidade de 50 a 70 metros”, indicou o ministério da Defesa russo, de acordo com o qual o aparelho tinha sido fabricado há 33 anos. "Apenas três dos cantores do coro não seguiam a bordo", explicou um dos membros que ficou em terra. No voo também viajavam músicos e dançarinos do prestigiado Alexandrov Ensemble.
Trata-se do segundo incidente com um avião militar da Rússia neste mês: a 19 de Dezembro uma aeronave com 39 pessoas a bordo teve de fazer uma aterragem de emergência numa base da Sibéria. Neste caso não se registaram mortos, apenas feridos. As autoridades descartam a hipótese de um ataque terrorista ter estado na origem do sucedido. Citando uma fonte anónima, a agência noticiosa russa RIA diz que dados preliminares indicam que o avião se despenhou devido a uma avaria.
O presidente russo, Vladimir Putin, criou uma comissão de inquérito ao acidente dirigida pelo primeiro-ministro, Dmitri Medvedev. Putin foi posto a par dos acontecimentos logo que o Tupolev desapareceu dos radares, está a ser informado dos resultados das buscas marítimas, explicou um porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. Até agora foram encontrados dez corpos nas águas do Mar Morto, a cerca de quilómetro e meio de terra. Amanhã far-se-á um dia de luto nacional.
Além dos militares e dos jornalistas, a bordo seguia também a líder de uma organização humanitária, a médica Elizaveta Glinka, que acompanhava um carregamento de material destinado a um hospital sírio.