Dez. 31, 2016 18:55 UTC
  • Equador, capital de importantes eventos integracionistas em 2016

Para o Equador, 2016 será por muito tempo o ano em que este país sul-americano se converteu em capital mundial de importantes eventos integracionistas em matéria de política, desenvolvimento sustentável e cultura.

No começo do ano ocorreu a IV Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), que reuniu em janeiro os chefes de estado e altos funcionáris públicos dos estados-membros do bloco regional.

Durante três dias, de 27 a 29 de janeiro, temas como as crises econômicas, a situação da imigração e a integração latino-americana dominaram os principais debates do encontro, no qual os líderes fixaram uma posição sobre os princípios do bloco.

O evento serviu para corroborar uma vez mais que a unidade, com respeito às diferenças, constitui o eixo principal para encontrar soluções aos problemas enfrentados pela região.

Outros encontros e oficinas internacionais reuniram nos últimos 12 meses intelectuais, acadêmicos, economistas, homens de negócios e personalidades da cultura de diferentes zonas do planeta em Quito.

Mas sem dúvida, o III Encontro Latino-americano Progressista (ELAP), as reuniões para impulsionar o Banco do Sul e a Conferência Mundial Habitat III, marcaram momentos relevantes e colocaram o Equador sob o foco dos meios a nível internacional.

O III Foro de Ministros de Finanças do Banco do Sul e a III Reunião Ordinária de seu Conselho de Administração ocorreram na sede da União de Nações Sul-americanas (Unasul) de 30 de agosto até 1 de setembro para consolidar a entidade financeira regional.

Esses encontros reuniram diretores de Argentina, Bolívia, Uruguai, Equador, Venezuela, Brasil e Paraguai, países que subscreveram a ata fundacional da instância regional, com a meta de impulsionar a instituição financeira como uma ferramenta vital na busca do desenvolvimento da América do Sul.

Como resultado das mesmas foi reajustado o cronograma de contribuição de capital dos estados-membros, fixado em cinco por cento do total que a cada um lhe corresponde em um ano.

Segundo foi acordado, Quito aportaria 400 mil dólares, Caracas quatro milhões de dólares e La Paz 100 mil, através da abertura de uma conta e de seu respectivo depósito nos Bancos Centrais dessas nações, com o qual completariam um rendimento inicial de 4,5 milhões entre os três.

As reformas compreenderam a aprovação de uma extensão de prazo para os abonos iniciais da Argentina e do Uruguai, mas apesar dos inconvenientes e situações pontuais, o mecanismo financeiro mantém sua intenção de chegar a sete bilhão de dólares em 10 anos para investimentos de diferentes projetos nacionais e regionais.

Mais tarde, a instalação do Diretório Executivo e a eleição do economista uruguaio Pedro Buonomo como Presidente da instância, marcaram a arrancada da fase pré-operacional da entidade, rumo à construção de uma nova arquitetura financeira regional.

ELAP III, de 28 a 30 de setembro, reuniu representantes de mais de 80 organizações sociais e partidos progressistas de cerca de vinte nações de América Latina, que analisaram a conjuntura política e econômica atual, e afinaram suas posições rumo à necessária luta ideológica para consolidar os governos progressistas da região.

No III Encontro Latino-americano Progressista os delegados ratificaram seu compromisso de levar adiante ações, através da integração e do trabalho conjunto dos povos, para derrotar a arremetida imperial, que já causou estragos em alguns estados da zona como Argentina e Brasil, e busca desestabilizar o processo bolivariano em marcha na Venezuela.

Em outubro, a Organização das Nações Unidas (ONU) dirigiu nesta capital a Conferência sobre Moradia e Desenvolvimento Urbano Sustentável Habitat III, que por quatro dias acolheu cerca de 45 mil pessoas, representantes de quase todos os 193 países integrantes da instância multilateral.

Sob o lema 'A mudança nasce no coração do mundo', o encontro foi espaço propício para reiterar a vontade dos governos de trabalhar por melhorar a qualidade de vida de seus povos, em especial no tema relacionado com a moradia e o desenvolvimento das cidades.

Mesas redondas, sessões de conferências magistrais, reuniões bilaterais e exposições de experiências favoráveis em temas urbanísticos destacaram-se no encontro, que encerrou-se com a Declaração de Quito, texto ratificador das linhas da nova agenda urbana, a qual deverão cumprir os governos em um esforço global por erradicar a pobreza. Habitat III uniu presidentes, servidores públicos de governos, líderes de comunidades, organizações internacionais e movimentos sociais em um mesmo espaço e com um objetivo comum, transformar o mundo para melhor.

Outro evento de importância, ainda que menos concorrido em termos de participação internacional foi a Feira do Livro de Quito, celebrada durante 10 dias do mês de novembro na Casa da Cultura Equatoriana 'Benjamín Carrión' e que teve Cuba como convidado de honra.

Palestras, apresentações de livros, leitura de poesia e debates marcaram a festa literária que constituiu outra contribuição à cultura desta nação sul-americana depois do intercâmbio com a literatura e a arte cubana, equatoriana, do Chile, Turquia e Argentina, entre outros.

Numerosos eventos, muito movimento e o encontro de pessoas de todas as latitudes, em um mesmo cenário, demonstraram que em 2016, no Equador, para além de diferenças, o mundo é um só e pode andar da mão pelo bem comum.

 

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