Kiev tenta ganhar apoio de EUA em crise ucraniana, denúncia Rússia
O senador russo Alexei Pushkov denunciou hoje as tentativas de Kiev de envolver o presidente estadunidense, Donald Trump na crise no sudeste ucraniano, ao propor o tema como crucial para a Casa Branca.
Puskov, membro do comitê senatorial russo de segurança e defesa, assinalou que o governo do presidente Piotro Poroshenko prepara uma zelada à administração de Trump para comprometer na solução do referendo na zona industrial do Donbass.
As declarações do senador russo conheceram-se a propósito de uma conversa telefônica de Poroshenko e Trump na que ambos chamaram a um imediato fim dos combates e a uma saída negociada à crise, segundo o porta-voz presidencial em Kiev, Sviateslav Segolko.
Ambos estadistas abordaram o reforço da associação estratégica e se prestou especial atenção ao referendo no Donbass (que engloba às regiões de Donetsk e Lugansk), bem como uma saída pacífica a essa crise, declarou Segolko.
Tais afirmações foram recebidas com total estupor pelas autoridades das autoproclamadas repúblicas de Lugansk e Donetsk, em especial, por esta última, onde desde o 28 de janeiro o exército ucraniano lançou uma ofensiva ao longo de toda a linha da frente.
A agressão das forças armadas ucranianas percebeu-se com mais rigor na cidade de Donetsk, onde convivem mais de um milhão de pessoas, entre as quais teve vítimas após um bombardeio em massa com sistemas míssil a reação Grad e Uragan.
Tanto os referidos sistemas de mísseis, como os tanques e os canhões de grande calibre, alguns situados entre zonas residenciais como em Avdeevka, deveriam ser retirados a menos 70 quilômetros da linha de confrontação, segundo o acordo pactuado em fevereiro de 2015.
O acordo atingido na capital Belarus há dois anos, estipulava, primeiro, um cesse de hostilidades, uma anistia para as partes enfrentadas, status especial para Donbass e regresso do controle ucraniano à fronteira com Rússia no sudeste.
Donetsk e Lugansk celebraram em março de 2014 referendos de independência, apoiados pela maioria de sua população, contrária ao golpe de estado da direita com apoio neofascista, em fevereiro desse ano, e de eliminar ao russo como segunda língua oficial.
O golpe de Estado também forçou um plebiscito em Crimeia para sua independência e regresso à soberania de Rússia. Trump prometeu durante sua campanha eleitoral analisar a legalidade desse pronunciamento popular.