As conversações sírias em Astana procedem ao seu segundo dia
A terceira rodada de consultas destinadas a encontrar uma solução política para o conflito na Síria entrou em seu segundo dia na capital do Cazaquistão, Astana.
As negociações reúnem o governo sírio e a oposição na mesa de negociações, juntos com representantes do Irã, Rússia e Turquia como mediadores.
Teerã e Moscou aliados de Damasco, e a Turquia como mediador em nome da oposição armada síria estão participando das conversas.
Astana organizou duas rodadas de negociações, respectivamente, em janeiro e fevereiro. A terceira reunião começou na terça-feira e é para continuar até a quarta-feira. O primeiro dia começou com uma reunião entre as delegações da ONU e da Rússia, e continuou com mais consultas entre as equipes representativas.
O segundo dia é esperado para testemunhar uma reunião geral, com todos os participantes do comparecimento. Os militantes tinham boicotado anteriormente a terceira rodada, alegando que tinham que primeiro se certificar sobre a adesão de Damasco e seus aliados ao cessar-fogo. A ONU endossa as negociações entre o Irã e a Turquia sobre a Síria Também na quarta-feira, disse o Ministério do Exterior do Cazaquistão que a delegação dos militantes viria a Astana a noite. Espera-se que as negociações contribuam positivamente para um processo semelhante, mas promovido pela ONU, em Genebra.
A cidade suíça acolheu até agora quatro rodadas das conversações, o próximo será em 23 de março.
Dirigindo-se aos participantes das conversações de Astana, o Presidente Nursultan Nazarbayev precisou que as conversas de Astana criarão condições para a resolução da crise síria no âmbito do processo de Genebra.
"Estou confiante de que a reunião em Astana irá fornecer as condições necessárias para encontrar a solução aceitável da crise síria para todas as partes interessadas no âmbito do processo de Genebra sob os auspícios da ONU e será um passo significativo para a paz e Estabilidade na Síria. Desejo-lhe negações bem-sucedidas e frutíferas”, disse a declaração lida pelo ministro das Relações Exteriores, Kairat Abdrakhmanov.
Em meados de março, a guerra na Síria entrou no seu sétimo ano. O conflito já causou mais de 400 mil mortos, segundo o enviado especial da ONU (ou 320 mil, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos), tornando-se assim num dos conflitos mais destrutivos do século XXI.
Outras informações apontam também para 814 profissionais de saúde mortos desde o início da guerra na Síria, em março de 2011, com o ano passado a ser considerado o mais perigoso, revela um estudo publicado na revista médica britânica The Lancet.
A guerra provocou igualmente a fuga de mais de 15 mil médicos, sobretudo os mais experientes, entre 2011 e 2015. O número de ataques contra unidades de saúde aumentou de 91, em 2012, para 199, em 2016.
Os autores sustentam que a crise síria "revelou lacunas" na atuação de organizações internacionais como a Organização Mundial de Saúde (OMS), que enumeram os ataques, que já causou milhares mortos, é atualmente "a maior crise em termos humanitários e de refugiados".