Irã na Síria procura ajudar a Damasco, diz Lavrov.
O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, rejeitou a alegação de sua contraparte saudita sobre a interferência do Irã na Síria, dizendo que os conselheiros da República Islâmica estão no país árabe a pedido do governo de Damasco.
Durante uma conferência de imprensa conjunta com Lavrov em Moscou na quarta-feira, o ministro saudita de Relações Exteriores Adel al-Jubeir acusou o Irã de interferir na região, inclusive na Síria, e afirmou que os conselheiros militares iranianos deveriam deixar o país árabe. Ele também expressou a oposição de Riad à presença de combatentes do movimento libanês do Hezbollah na Síria.
Em resposta às observações de Jubeir, Lavrov salientou que os conselheiros iranianos e os combatentes do Hezbollah estavam presentes na Síria a pedido do governo sírio. O principal diplomata russo destacou que, no quadro das negociações de Astana, o Irã, juntamente com a Rússia e a Turquia, foi um dos garantes de um acordo de cessar-fogo entre os lados em guerra na Síria, que entrou em vigor em dezembro de 2016.
O acordo de cessar de fogo
Negociado pela Rússia e Turquia com o apoio do Irã. Ancara, Moscou e Teerã mediaram três rodadas de negociações de paz entre o governo sírio e grupos de oposição na capital do Cazaquistão, Astana, desde o início de 2017. A quarta rodada está prevista para 03 e 04 de maio.
Lavrov acrescentou que o Irã também declarou seu compromisso com a Resolução 2254 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que foi adoptada por unanimidade em Dezembro de 2015 para ajudar a pôr fim ao conflito na Síria. Ele, no entanto, disse que só o povo sírio tinha o direito de determinar o destino de seu país.
A Rússia, juntamente com o Irã, vem ajudando o governo sírio em sua luta contra grupos terroristas causando estragos no país árabe desde 2011.
O Hezbollah também tem ajudado o governo sírio em sua batalha contra militantes extremistas.
Centenas de milhares de pessoas morreram na guerra síria que o governo culpa em alguns estados ocidentais e seus aliados regionais, incluindo a Arábia Saudita.