Quebrar o acordo com Irã não interessa a ninguém: disse Mogherini
O chefe da política externa da União Europeia (UE), Federica Mogherini, disse que quebrar o acordo nuclear de 2015 com o Irã não interessaria a ninguém, algo que os Estados Unidos devem ter entendido até agora.
"Acredito que a nova administração norte-americana deve ter entendido que não seria do interesse de ninguém na região fazer um curso diferente do JCPOA", disse Mogherini na sexta-feira.
A administração do presidente dos EUA, Donald Trump, que assumiu em janeiro deste ano, tem sido cético em relação ao acordo, que foi negociado sob o ex-governo dos EUA. O secretário de Estado de Trump, Rex Tillerson, em uma carta enviada ao Congresso dos Estados Unidos em 18 de abril, confirmou o cumprimento do acordo pelo governo iraniano, mas disse que a administração fará uma revisão para determinar se a concessão de sanções ao Irã estar no "interesse nacional" dos EUA.
Mogherini expressou a resolução de 28 membros da UE para preservar o acordo nuclear, oficialmente chamado de Plano Integral de Ação Conjunta, ou o JCPOA.
"Os europeus estão trabalhando firmemente para manter o acordo em vigor ", disse ela. Além do Irã e dos EUA, as partes do acordo são a Grã-Bretanha, a França, a China, a Rússia e a Alemanha.
Os sete países negociaram em conjunto para resolver um longo conflito sobre o programa nuclear iraniano e chegaram ao JCPOA em julho de 2015.
A UE coordenou as negociações que levaram ao acordo e as partes começaram a implementá-lo em janeiro de 2016, um ano antes de administração de Trump tomar posse.
Mogherini, que como Alto Representante da UE participou ativamente das negociações, também disse em suas observações de sexta-feira que o acordo estava funcionando. "O que estou vendo é que o negócio está funcionando, fazendo o mundo... muito mais seguro”, disse ela.
Sob o acordo, foram impostos limites às atividades nucleares do Irã em troca, entre outras coisas, o fim de todas as sanções relacionadas com o programa nuclear da República Islâmica. Mais tarde, o Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade uma resolução que efetivamente transformou o JCPOA em lei internacional.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em várias ocasiões, verificou a adesão do Irã aos seus compromissos no âmbito do acordo multilateral.
