Filipinas declara lei marcial em ilha após confrontos com extremistas
O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, declarou lei marcial nesta terça-feira (23) na região de Mindanao, no sul do país, após vários confrontos entre forças de segurança e militantes de um grupo ligado à facção extremista Daesh. Segundo o porta-voz de Duterte, Ernesto Abella, a lei marcial ficará em vigor por 60 dias, limite determinado pela Constituição.
O presidente filipino encurtou sua viagem a Moscou, onde se encontra, para voltar para as Filipinas.
O anúncio veio depois de confrontos entre dezenas de militantes de um grupo ligado ao Daesh e forças de segurança em uma área de Marawi, cidade de cerca de 200 mil habitantes em Mindanao, a 800 km da capital Manila, nesta terça-feira.
Um policial e dois soldados foram mortos nos confrontos, que começaram quando a polícia e os soldados invadiram uma casa onde se acreditava que Isnilon Hapilon, líder do grupo Abu Sayyaf e do Daesh nas Filipinas, estava escondido.
A facção Abu Sayyaf, surgida em Mindanao, raptou centenas de filipinos e estrangeiros desde o início da década de 1990 para obter dinheiro por meio de resgates. Também reivindicou os piores ataques já ocorridos no país, incluindo o atentado em 2004 em uma balsa na baía de Manila no qual mais de 100 pessoas morreram.
Rodrigo Duterte, conhecido pela guerra sangrenta levada a cabo contra o tráfico de drogas no país, havia afirmado em diversas ocasiões desde que foi empossado como presidente no ano passado que estava pronto para declarar a lei marcial em todo o país e em Mindanao.
"Se declaro a lei marcial, consigo acabar com todos os problemas, não só com as drogas", Duterte disse em março.
Mindanao é composto de uma grande ilha que leva o mesmo nome e várias ilhas menores, onde vivem cerca de 20 milhões de pessoas. Com informações da Folhapress.