Estados Unidos advertem Caracas sobre medidas económicas fortes e rápidas
O Presidente norte-americano Donald Trump advertiu Caracas na segunda-feira de que os EUA vão avançar com ações económicas fortes e rápidas, caso o Governo do Presidente Nicolás Maduro imponha uma Assembleia Constituinte.
"Ontem (no domingo), o povo venezuelano deixou claro que defende a democracia, a liberdade e o estado de direito. No entanto, as suas ações fortes e corajosas continuam a ser ignoradas por um líder ruim que sonha em tornar-se um ditador", indica um comunicado da Casa Branca.
No documento, Donald Trump sublinha que "os EUA não vão ficar parados enquanto a Venezuela se desintegra".
"Se o regime de Maduro impuser a sua Assembleia Constituinte, a 30 de julho, os EUA tomarão ações económicas fortes e rápidas. Os EUA exigem mais uma vez eleições livres e justas e unem-se ao povo da Venezuela na busca de restaurar, para o seu país, uma democracia plena e próspera", conclui.
Um comunicado do Departamento de Estado dos EUA refere, por outro lado, que Washington aplaude "a coragem e determinação dos venezuelanos que exerceram os seus direitos de liberdade de expressão, associação e reunião pacífica, em defesa da sua democracia", no plebiscito de domingo contra Nicolás Maduro.
A Casa Branca expressou hoje o seu apoio à consulta simbólica realizada no domingo na Venezuela contra o presidente Nicólas Maduro, na qual participaram 7,2 milhões de pessoas, considerando que o resultado mostra a condenação do regime de Caracas.
"Felicitamos os cidadãos venezuelano pela importante participação no referendo de ontem [domingo]", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer.
"Condenamos toda a violência infligida por grupos ao serviço do governo contra os eleitores inocentes", vincou o responsável, em nome da Administração Trump.
Mais de 7,1 milhões de eleitores votaram na consulta simbólica contra o projeto de Assembleia Constituinte, promovido pelo Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou no domingo a oposição.
"Com 95% dos votos escrutinados, participaram 7.186.170 venezuelanos" na consulta popular organizada pelos opositores do Presidente, Nicolás Maduro, para se pronunciarem sobre a alteração constitucional promovida pelo Executivo, informou, em conferência de imprensa, a reitora da Universidade Central da Venezuela (UCV) e membro da comissão de garantias do plesbicito, Cecilia García Arocha.
"Esta ação, realizada pela população venezuelana, é uma mensagem clara e contundente, a nível nacional e internacional", de que a população "quer uma mudança" de Governo "através da democracia", sublinhou.
Os venezuelanos foram convocados, no domingo, pela oposição venezuelana, para participarem num plebiscito simbólico contra o projeto de Assembleia Constituinte do Presidente Nicolás Maduro.
O plebiscito ocorreu após mais de três meses de intensos protestos, durante os quais pelo menos 94 pessoas morreram.
"O voto foi um grande repúdio à proposta da Assembleia Constituinte, que prejudicaria a Venezuela e as suas instituições democráticas. O voto de milhões de venezuelanos foi uma afirmação inequívoca do apoio a eleições livres e justas, assim como pelo respeito à Constituição existente", afirma.
O comunicado sublinha que os EUA "condenam a perda de vidas em Cátia, Caracas", na sequência de um ataque de homens armados contra pessoas que votavam e pedem "ao Governo venezuelano que leve os atacantes à justiça".
"Milhões de vozes venezuelanas não devem ser ignoradas. Os EUA pedem ao Governo da Venezuela que abandone a proposta de Assembleia Constituinte. Encorajamos os governos do hemisfério e de todo o mundo a pedir ao Presidente Maduro que suspenda este processo, que só busca minar a democracia na Venezuela", sublinha.
O documento conclui sublinhando, à semelhança de Donald Trump, que "os EUA estão preparados para tomar ações económicas fortes e rápidas se o Governo da Venezuela prosseguir com a ação da Assembleia Constituinte".