Jul. 20, 2017 07:24 UTC
  • Mogherini: Acordo com Irã foi resultado da cooperação global coletiva

A chefe da política externa da UE diz que o forte acordo nuclear alcançado em 2015 entre o Irã e os estados P5 + 1 é o resultado da "cooperação coletiva", enfatizando que o acordo de referência não pertence apenas aos signatários, mas a toda a comunidade global.

"Dois anos após o acordo com o Irã ter sido assinado, vemos e respiramos um ambiente muito diferente nos assuntos globais. Nem sempre é fácil encontrar ou construir o mesmo espírito de responsabilidade coletiva que tornou possível com o acordo do Irã”, disse Federica Mogheri na quarta-feira.

"O acordo com o Irã não pertence apenas às partes que trabalharam nisso e tornaram possíveis. Com certeza, não pertence a um ou dois países sozinhos. Pertence a toda a comunidade internacional. O acordo tornou a região e o mundo inteiro mais seguro”, acrescentou.

A chefe da diplomacia da UE enfatizou ainda a necessidade de exercer "paciência", "perseverança" e "teimosia" nos esforços para a realização de "soluções vantajosas para todos" para diferentes questões internacionais.

Mogherini descreveu as circunstâncias atuais nos assuntos globais como "tempos de confusão" e disse que os obstáculos existentes não poderiam ser abordados por "atuar sozinho". Ela, em vez disso, sublinhou o compromisso da UE com uma abordagem de "cooperativa coletiva" para resolver os problemas internacionais, observando que essa mentalidade tem sido um fator principal na conquista do acordo nuclear do Irã, denominado Plano Integral de Ação Conjunta (JCPOA).

A alta diplomata europeia descreveu o JCPOA como um "forte acordo feito para testar o tempo", acrescentando: "Nestes dois anos, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) certificou seis vezes, o total Implementação e empenho dos iranianos a disposições do acordo”.

O Irã e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, mais a Alemanha, começaram a implementar a JCPOA em 16 de janeiro de 2016.

Sob o acordo, os limites foram impostos ao Irã atividades nucleares em troca, entre outras coisas, da remoção de todas as proibições nucleares contra a República Islâmica. O Conselho de Segurança da ONU aprovou, por unanimidade, uma resolução que efetivamente transformou o JCPOA em direito internacional.

No entanto, o presidente dos EUA, Donald Trump, convocou o acordo "um negócio muito ruim". Durante sua campanha presidencial, ele até ameaçou rasgá-lo. Enquanto trabalhava febrilmente em toda a comunidade internacional para manchar a imagem global do Irã nos últimos dois anos, Washington impediu o acordo nuclear de produzir totalmente os resultados pretendidos ao se recusar a oferecer às instituições financeiras internacionais as garantias de que precisavam para restaurar as transações com a islâmica República.

A administração do Trump, desde janeiro, aprovou três rodadas de sanções contra o Irã em seu programa de mísseis defensivos, sabendo que este programa não é uma violação do acordo de 2015.

O Irã, as Nações Unidas e a União Europeia advertiram que os EUA não poderiam revogar unilateralmente o acordo multilateral. Eles consideram o acordo como um triunfo para a diplomacia e um fator importante para a paz e a estabilidade regional e internacional. Em uma entrevista de domingo com a CNN, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Javad Zarif, advertiu que os EUA violaram a JCPOA.

"Por exemplo, quando a Casa Branca fez um anúncio de que o presidente Trump usou sua presença em Hamburgo durante a reunião do G20 para dissuadir líderes de outros países de se engajarem em negócios com o Irã, isso não constitui uma violação do espírito, [Mas também] da carta da JCPOA”, observou. "Eu acredito que os Estados Unidos precisam se adequar à sua parte das obrigações no âmbito do acordo", disse Zarif.

 

Tags