ONU precisa de 200 milhões para "catastrófica" crise dos rohingyas
As Nações Unidas necessitam de 200 milhões de dólares (167 milhões de euros) durante os próximos seis meses para enfrentar a "catastrófica" crise humanitária dos refugiados rohingyas, indicou hoje um responsável da ONU.
Fugindo de uma campanha de repressão do exército birmanês, considerada uma limpeza étnica pela ONU, mais de 420.000 muçulmanos da etnia rohingya atravessaram a fronteira para o vizinho Bangladesh, inundando este país pobre do sul da Ásia.
No início de setembro, as Nações Unidas lançaram um apelo de emergência para recolherem 78 milhões de dólares (65 milhões de euros), mas o coordenador da organização no Bangladesh, Robert Watkins, adverte que será necessária uma soma muito maior para gerir aquele êxodo.
"A nossa estimativa nesta altura é de 200 milhões de dólares (167 milhões de euros). Estamos a elaborar um plano que estará pronto em quatro ou cinco dias", declarou Watkins à agência France Presse.
Os trabalhadores das organizações humanitárias lutam para conseguir alimentos, medicamentos e água potável suficiente para os refugiados, muitos dos quais apenas têm uma refeição por dia.
Tratados como estrangeiros na Birmânia, um país mais de 90% budista, os rohingya são a maior comunidade apátrida do mundo.
Desde que a nacionalidade birmanesa lhes foi retirada em 1982, têm sido submetidos a muitas restrições: não podem viajar ou casar sem autorização, não têm acesso ao mercado de trabalho, nem aos serviços públicos (escolas e hospitais).