Catalunha: Assim se festeja a vitória da independência
Catalães festejam a vitória do 'Sim' na votação para a independência da Catalunha.
Foi aprovada, esta sexta-feira, a declaração unilateral da independência da Catalunha. A declaração foi decidida no parlamento catalão no dia em que se prevê que o governo espanhol aprove no Senado a aplicação do artigo 155.º da Constituição.
A iniciativa, saliente-se, poderá levar à detenção de Carles Puigdemont, podendo este vir a ser acusado de rebelião, um crime punível com 30 anos de prisão.
Chega assim ao fim, uma luta conflituosa pela independência e que tem marcado os últimos dias. No rosto dos catalães, que aguardavam ansiosamente pela resultado da votação, ficou bem patente a satisfação dos resultados.
Com aplausos e gritos de "independência" em catalão, os apoiantes da independência da Catalunha - que vão da extrema-esquerda ao centro-direita - cantaram fervorosamente o hino catalão, a maioria com o punho levantado.
Líderes da Comissão, Parlamento e Conselho europeu rejeitam independência
O presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, considerou hoje que a União Europeia "não precisa de mais fissuras, de mais fraturas", comentando a declaração de independência decretada esta tarde pelo Parlamento da Catalunha, esta tarde.
"Não quero que a União Europeia seja amanhã composta por 95 Estados membros", disse o líder europeu aos repórteres que o acompanham numa viagem à Guiana francesa, onde está também o Presidente francês.
Na mesma linha, o presidente do parlamento europeu também rejeitou a independência da região da Catalunha, escrevendo na rede social Twitter que "ninguém na União Europeia vai reconhecer essa declaração".
Já horas antes, o presidente do Conselho da UE, Donald Tusk, defendeu que a Espanha continua a ser "a única interlocutora" da União Europeia (UE), após o parlamento da Catalunha aprovar a declaração de independência.
"Para a UE, nada mudou. A Espanha continua a ser a nossa única interlocutora", escreveu Tusk na sua conta do Twitter, apelando ao Governo espanhol que escolha "a força do argumento e não o argumento da força".
O parlamento regional catalão (Parlament) aprovou hoje a independência da Catalunha, com 70 votos a favor, 10 contra e dois votos em branco.
Pouco depois, o senado de Espanha autorizou, por maioria absoluta, o governo de Madrid a aplicar o artigo 155.º da Constituição, que suspende a autonomia da região.
O Governo espanhol, que tem agora de decidir como e quando vai aplicar as medidas, convocou um conselho de ministros extraordinário para as 18:00 locais de hoje.