Que será de Messi e Barcelona depois da independência da Catalunha?
(last modified Sat, 28 Oct 2017 17:29:22 GMT )
Out. 28, 2017 17:29 UTC
  • Que será de  Messi e Barcelona depois da independência da Catalunha?

A declaração de independência de Catalunha gera preocupações sobre o futuro do esporte nesta comunidade autônoma.

A situação de Catalunha, que proclamou na sexta-feira sua independência com 70 votos a favor, 10 na contra-mão e 2 abstenções, deixa certas dúvidas na  hora de pensar no futuro do esporte nesta região. Equipes, grupos e até a seleção nacional da Espanha se veriam envolvidos, se a FIFA ou as federações não chegarem a um acordo.

Quais são os clubes afetados?

Catalunha, um referente do esporte na Espanha, conta com três clubes de futebol em Primeira Divisão (FC Barcelona, Espanhol, e Girona) e três em Segunda Divisão (o filial do Barcelona, o Ginástica de Tarragona e o Reus), bem como vários  na terceira Divisão.

O FC Barcelona é o mais conhecido de todos eles por sua dimensão planetaria e foi membro fundador da Une espanhola em 1928-1929,  igualmente  o Real Madri.

Que diz a legislação?

A Lei do esporte espanhol especifica que nenhum clube de Estados estrangeiros pode jogar em união espanholas, salvo o de Andorra. O artigo 32 desta lei estabelece que para que os clubes possam participar em atividades ou competições esportivas oficiais de âmbito estatal ou internacional deverão “integrar nas Federações esportivas espanholas correspondentes”.

Este artigo supõe que se a Federação Catalã de Futebol (FCF) abandonasse o paraguas da espanhola, os clubes catalãs teriam que deixar a Une, salvo que se produzisse uma reforma da lei espanhola.

Que impacto econômico teria a saída do Barcelona ?

 

Em 2015, o presidente de une-a espanhola, Javier Tebas, afirmou à agência de notícias francesa AFP que o clássico Real Madri-Barça foi a “jóia de une-a”. Sem o partido mais visto do mundo (650 milhões de telespectadores), o monte dos direitos televisivos espanhóis (1600 milhões de euros anuais atualmente ) se reduziria muito, apesar de  que outros clubes poderiam tratar do Real Madri como é o Atlético, o Sevilla ou o Valencia.

 

José María Gay de Liébana, professor de Economia da Universidade de Barcelona, cifra em ao menos 200 milhões de euros o impacto de uma saída do Barcelona sobre os direitos de televisão.

Pelo lado azulgrana, ficar sem os rendimentos televisivos espanhóis (em torno de  quarto de seus 700 milhões de euros de rendimentos em 2016-2017) seria ruinoso. “Seria um passo atrás, mortal de necessidade”, destaca o economista, que augura a saída das estrelas do  clube. O Barcelona “não poderia contar com figuras de nível internacional. Passaria a ser um clube de mediania”.