Novo líder separatista designado no leste da Ucrânia
Os deputados da República separatista de Lugansk, leste da Ucrânia, designaram este sábado um responsável interino para substituir o seu contestado líder, num aparente golpe palaciano.
A resignação do dirigente da autoproclamada "República de Lugansk", região separatista do leste da Ucrânia, Igor Plotnitsky, foi anunciada na sexta-feira por Leonid Pasechnik, um rival interno e ministro do Interior.
A agência noticiosa de Lugansk, referiu hoje que o parlamento local aceitou por unanimidade a demissão de Plotnitsky e a nomeação de Pasechnik para chefe interino.
Na sexta-feira Pasechnik justificou o afastamento de Plotnitsky por motivos de saúde e que assumirá o cargo interinamente até à realização de novas eleições.
Na quarta-feira, o ex-líder da "República de Lugansk tinha denunciado uma tentativa de golpe de Estado fomentada pelo seu ex-ministro do Interior, cujas forças controlam parcialmente este território.
"Trata-se de uma tentativa de tomarem o poder pelas armas", declarou Igor Plotnitski no decurso de uma conferência de imprensa em Lugansk.
A rebelião seria dirigida pelo antigo ministro do Interior Igor Kornet, demitido das suas funções por Igor Plotnitski, mas que recusou o seu afastamento e ordenou na terça-feira o posicionamento de tropas do ministério do Interior na cidade, que cercaram os edifícios oficiais.
A "República de Lugansk" (LNR) e a "República de Donetsk" (DNR) são duas regiões pró-russas que escapam ao controlo de Kiev desde o início da guerra, em abril de 2004, com um balanço que ultrapassa os 10.000 mortos. Ainda na sexta-feira foi anunciada a morte de mais cinco soldados ucranianos, em confrontos com forças rebeldes.
Kiev e os países ocidentais acusam a Rússia de apoiar militarmente os separatistas, uma alegação desmentida por Moscovo.
Em 2016 a LNR e a DNR foram palco de numerosos atentados, assassinato de diversos chefes de guerra e de purgas nas instâncias dirigentes.