Ex-conselheiro de Trump se declara culpado
https://parstoday.ir/pt/news/world-i24499-ex_conselheiro_de_trump_se_declara_culpado
Michael Flynn admite ter mentido ao FBI quando negou contatos com embaixador russo e afirma que está colaborando com promotor especial. TV afirma que ex-assessor estaria disposto a testemunhar contra o presidente.
(last modified 2018-08-22T15:33:07+00:00 )
Dez. 03, 2017 04:28 UTC
  • Ex-conselheiro de Trump se declara culpado

Michael Flynn admite ter mentido ao FBI quando negou contatos com embaixador russo e afirma que está colaborando com promotor especial. TV afirma que ex-assessor estaria disposto a testemunhar contra o presidente.

O ex-conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca Michael Flynn se declarou culpado nesta sexta-feira  por ter mentido ao FBI (a polícia federal dos EUA) sobre conversas que teve com um diplomata russo em dezembro de 2016.

Flynn – que também foi assessor da campanha de Trump – disse ainda que está cooperando com o inquérito sob a responsabilidade do promotor especial Robert Mueller, que investiga a interferência do Kremlin na eleição presidencial dos EUA de 2016.

Flynn havia sido acusado de esconder seus contatos com russos, especialmente uma conversa com o ex-embaixador Serguei Kislyak, que comandou a missão diplomática da Rússia em Washington entre 2008 e agosto de 2017.

A emissora ABC afirmou que Flynn estaria disposto a testemunhar contra Trump e afirmar que o próprio presidente ordenara que fossem feitos contatos com os russos.

Os advogados de Flynn já disseram que ele agiu seguindo as instruções diretas de um “membro sênior da equipe de transição presidencial”. Isso contradiz a versão do governo Trump, que já afirmou em ocasiões anteriores que Flynn teria agido por conta própria. A rede NBC afirmou que o “membro sênior” é Jared Kushner, o genro e assessor de Trump.

Contatos

O general reformado e ex-assessor de Trump compareceu na manhã desta sexta-feira a uma corte federal de Washington. Ao ser questionado por um juiz se desejava se declarar culpado, Flynn respondeu "sim, senhor".

O representante da procuradoria especial afirmou que Flynn informou sobre suas conversas com o embaixador russo a "importantes membros" da equipe de transição de Trump, que tomou posse do cargo em 20 de janeiro. Concretamente, Flynn ligou para alguns membros que estavam no exclusivo clube de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida.

Flynn havia prestado depoimento ao FBI em 24 de janeiro, quatro dias depois da posse de Trump. Na ocasião, ele negou ter falado com Kislyak. Segundo o Departamento de Justiça, o episódio caracteriza falso testemunho. Os contatos entre Flynn e Kislyak ocorreram quando o primeiro já havia sido selecionado por Trump para o posto de conselheiro.

Na ocasião, Flynn e o embaixador discutiram as sanções que o governo do antecessor de Trump, Barack Obama, havia imposto à Rússia. Quando a informação sobre os contatos foi revelada, e Flynn foi confrontado com a mentira, o ex-conselheiro deixou o cargo, depois de apenas 24 dias no posto. Mentir para o FBI pode resultar em até cinco anos de prisão, segundo a legislação americana.

Segundo o New York Times, o novo episódio envolvendo os problemas de Flynn com a Justiça ocorre num momento especialmente delicado para o governo Trump, que está tentando manter sua base no Congresso unida para aprovar uma série de cortes de impostos.

Até o momento, a Casa Branca não comentou as novas implicações do caso envolvendo Flynn. Em março, Trump havia classificado as investigações de "caça às bruxas" e negou qualquer complô com os russos.

Reação do Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu as ações de seu antigo conselheiro de segurança nacional, Michael Flynn, como "legal", ao mesmo tempo em que afirmou que ele demitiu o general por mentir para o vice-presidente Mike Pence e o FBI, aparentemente em contradição com o que afirmou na época da demissão de Flynn.

"Eu tive que dispensar o general Flynn porque ele mentiu para o vice-presidente e o FBI. Ele se declarou culpado por essas mentiras. É uma pena porque suas ações durante a transição eram legais. Não havia nada a esconder!" Trump escreveu em uma mensagem do twitter no sábado enquanto viaja em Nova York para eventos de angariação de fundos.

Trump disse ainda aos repórteres no sábado que sua campanha presidencial não havia se envolvido em nenhuma colusão com a Rússia, mas não elaborou.

"O que foi demonstrado não é uma colusão, nenhuma colusão", disse Trump ao sair da Casa Branca em direção a Nova York. "Não houve absolutamente nenhuma colusão, então estamos muito felizes".