Mogherini: a UE reconhece o “consenso internacional” sobre Jerusalém-Al-Quds
A chefa da política externa da UE, Federica Mogherini, rejeitou o apelo de Tel Aviv para que a União Europeia siga os EUA e reconheça Jerusalém (AL-Quds) como a capital de Israel. Mogherini disse na segunda-feira que o bloco continuará a reconhecer o "consenso internacional" sobre AL-Quds quando recebeu Benjamin Netanyahu em Bruxelas, aonde o primeiro-ministro israelense chegou a uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE.
"Pensamos que a única solução realista do conflito entre Israel e a Palestina se baseia em dois Estados, com Jerusalém como capital dos dois Estados, respeitando a fronteiras de 1967. Esta é a nossa posição sustentada e continuaremos a respeitar o consenso internacional até que o estatuto da cidade seja resolvido através da negociação", insistiu.
A neve, que paralisou a circulação durante algumas horas na manhã de hoje na capital belga, motivou a anulação do encontro previsto com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, com Netanyahu a manifestar o desejo de regressar a Israel, segundo um porta-voz da Comissão.
A UE -- que denuncia regularmente a colonização dos territórios palestinianos, impõe medidas restritivas aos produtos provenientes dos colonatos e mantém-se como o principal fornecedor de fundos da Autoridade palestiniana --, mantém relações difíceis com o Estado judaico.
No sábado, Benjamin Netanyahu acusou a Europa de "hipocrisia" por denunciar a declaração norte-americana mas sem se referir aos "disparos de 'rockets' sobre Israel".
Os ministros dos 28 países de UE abordaram esta reunião de forma dispersa, com alguns a tentarem atenuar a relação turbulenta com Israel, caso da República Checa, Hungria ou Lituânia, cujo chefe da diplomacia Linas Linkevicius está na origem do convite feito a Netanyahu.
"Para tentar facilitar o diálogo, que como se vê não é fácil, devemos promover contactos diretos, um diálogo aberto, trocar argumentos. Há muitas coisas a discutir, como as colónias ou a solução de dois Estados", considerou Linkevicius em declarações aos media.
A colonização permanece um dos principais "obstáculos à paz" para os europeus, e quando o governo israelita iniciou em outubro novos projetos de construção de milhares de habitações de colonos na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém-leste anexado.