Amnistia Internacional insta ONU a proteger minoria rohingya
(last modified Mon, 11 Dec 2017 20:38:02 GMT )
Dez. 11, 2017 20:38 UTC
  • Amnistia Internacional insta ONU a proteger minoria rohingya

A Amnistia Internacional (AI) instou hoje o Conselho de Segurança da ONU a ser mais ativo na proteção da minoria muçulmana rohingya, comunidade alvo de perseguição por parte das autoridades da Birmânia (atualmente Myanmar).

O pedido da organização não-governamental de defesa dos direitos humanos surge na véspera de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.

Num comunicado, a AI criticou o órgão das Nações Unidas por só ter emitido uma nota sobre a crise rohingya, que já provocou a fuga de mais de 626 mil pessoas do Estado de Rakhine (oeste da Birmânia) para o Bangladesh.

Na mesma nota informativa, a Amnistia instou o Japão a usar o estatuto de presidente rotativo do Conselho de Segurança para que este órgão emitia uma resolução sobre a situação da minoria rohingya, já considerada como uma das piores crises humanitárias do início do século XXI e classificada, pela própria ONU, como uma limpeza étnica.

Apesar das primeiras movimentações terem começado em outubro do ano passado, o atual êxodo dos rohingyas teve início no final de agosto, quando foi lançada uma operação militar do exército birmanês contra o movimento rebelde Exército de Salvação do Estado Rohingya devido a ataques da rebelião a postos militares e policiais.

O Estado birmanês, um país mais de 90% budista, não reconhece esta minoria e impõe múltiplas restrições aos rohingyas, nomeadamente a liberdade de movimentos.

Desde que a nacionalidade birmanesa lhes foi retirada em 1982, os rohingyas têm sido submetidos a muitas restrições: não podem viajar ou casar sem autorização, não têm acesso ao mercado de trabalho, nem aos serviços públicos (escolas e hospitais).

Esta crise desencadeou uma vaga de críticas à líder de facto da Birmânia, Aung San Suu Kyi.

A Nobel da Paz (1991) foi acusada de ter esquecido os Direitos Humanos e de ter minimizado a situação denunciada pelas vítimas.

Em meados de novembro passado, Birmânia e Bangladesh acordaram os critérios para um possível repatriamento dos membros da minoria muçulmana rohingya.