A arquitetura como ferramenta para o crescimento do futebol
https://parstoday.ir/pt/news/world-i29512-a_arquitetura_como_ferramenta_para_o_crescimento_do_futebol
O Mundial 2018 realiza-se em um país onde o desporto nacional continua sendo o hóquei no gelo, mas o arquiteto alemão Peter Knoch, radicado na Rússia há 15 anos, considera que a prova pode ajudar a inverter esse cenário.
(last modified 2018-10-17T16:19:42+00:00 )
Jun. 24, 2018 20:41 UTC
  • A arquitetura como ferramenta para o crescimento do futebol

O Mundial 2018 realiza-se em um país onde o desporto nacional continua sendo o hóquei no gelo, mas o arquiteto alemão Peter Knoch, radicado na Rússia há 15 anos, considera que a prova pode ajudar a inverter esse cenário.

No total, serão 12 os recintos que vão acolher as 64 partidas da principal prova organizada pela FIFA, e segundo Peter Knoch, arquitecto em Moscovo, arquitetonicamente a grande mais-valia do investimento da Rússia neste Mundial estará nas envolventes aos estádios.

Os jogos do Mundial da Rússia já iniciaram e ao mesmo tempo causaram a competição também arquitetônica entre os 12 estádios que vão acolher o evento.

As arenas russas estão distribuídas por quase 3000 quilómetros e, se em cinco situações a estratégia passou por apostar em edifícios já existentes, sujeitá-los a renovações e acoplar-lhes instalações de carácter temporário destinadas a assegurar a lotação exigida pelos padrões FIFA, há sete estádios que foram construídos de raiz: o de São Petersburgo, inaugurado em 2017, e os de Nizhny Novgorod, Rostov, Samara, Saransk, Volgogrado e Kaliningrado, todos estreados já este ano.

É certo que as estruturas que vão acolher os jogos mais aguardados do ano podem não ter um carácter tão nómada quanto as criadas, por exemplo, para os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro – em que a Arena do Futuro, utilizado pelo handebol, foi concebida de forma a ser posteriormente transformada em quatro escolas –, mas a Rússia quis igualmente evitar “elefantes brancos”.

“O Campeonato do Mundo e a arquitetura dos seus estádios são uma ferramenta para aumentar a importância do futebol na Rússia”, defende o arquiteto alemão Peter Knoch, que, radicado desde 2003 em Moscovo, aí fundou a companhia Mplus e com ela integra a rede internacional Guiding Architects.

Todos os anos conduz 1500 pessoas através de visitas guiadas especificamente concebidas para revelar o edificado e paisagem de Moscoso a arquitetos, engenheiros e outros profissionais do sector da construção e do planeamento, e reconhece que “é habitual esses visitantes demonstrarem interesse nos estádios russos enquanto edifícios complexos com propositado bom design”. Mas a modalidade a que essa arquitetura se destina faz a diferença: “Na Rússia, o desporto nacional é o hóquei no gelo, pelo que, hoje em dia, são os pavilhões dessa modalidade os mais interessantes”.