Brics defendem multilateralismo no comércio
O combate ao unilateralismo e ao protecionismo foi defendido pelos países-membros do Brics, bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, em comunicado conjunto divulgado nesta quinta-feira (27), após a 10º cúpula do grupo, na cidade sul-africana de Johanesburgo.
"No âmbito das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), apoiamos e reafirmamos o comércio transparente e multilateral", defendeu o texto, que não citou as taxas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a minérios estrangeiros. O comunicado ainda diz que o comércio mundial enfrenta desafios sem precedentes e pede uma economia mundial aberta, em que todos os países e povos possam desfrutar dos benefícios da globalização.
Em reunião ocorrida na última quinta-feira (26), o presidente brasileiro, Michel Temer, expressou interesse em aumentar as exportações de frango e açúcar para a China, que impõe taxas aos produtos brasileiros para estimular o mercado local, apesar de o mandatário do país, Xi Jinping, ter atacado o protecionismo."Temos de rechaçar o unilateralismo, o mercado e o comércio têm de ser abertos", declarou Xi, referindo-se à política econômica de Trump.
Os ministros do setor energético do Brics também concordaram com a fundação de uma plataforma energética colaborativa para pesquisa, que ainda será idealizada. Outro acordo prevê a instalação de um escritório regional no Brasil do Novo Banco do Desenvolvimento, instituição criada pelo bloco para financiar projetos de infraestrutura. "Firmamos este acordo e as providências serão tomadas imediatamente para instalação, começando com a sede em São Paulo", disse o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, à Agência Brasil.
O países membros também se comprometeram em estabelecer parcerias para o desenvolvimento da aviação regional e de cooperação em assuntos do meio ambiente. A cúpula termina nesta sexta-feira (27), com as reuniões dos ministros de Estado convidados no âmbito do "BRICS Plus", que reúne Argentina, Egito, Jamaica e Turquia, e da "Sessão Solidária BRICS África", com chefes de Estado e ministros de países africanos convidados pelo presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa. (ANSA)