EUA ameaçam a Índia
(last modified Thu, 30 Aug 2018 21:55:20 GMT )
Ago. 30, 2018 21:55 UTC
  • EUA ameaçam a Índia

Pars Today- Washington reconhece a possibilidade de sanções contra a Índia, se adquirir o sistema de mísseis russo S-400.

"Cientes da decisão da Índia de comprar armas russas, incluindo S 400-sistemas, os EUA alertaram a Índia e ameaçam tomar medidas punitivas contra isso", disse o secretário-assistente da Defesa para Assuntos de Segurança na Ásia-Pacífico, Randall Schriver.

Falando no Carnegie para a Paz Internacional, em Washington, a autoridade norte-americana ameaçou que, como alguns países, a Índia poderia se sofrer da lei CAATSA (lei sobre a luta contra os inimigos de América pelas sanções).

Schriver destacou: "Não posso dizer que eles não serão expostos a sanções ou que faremos uma exceção. É o presidente que tomará essa decisão”.

“O acordo para comprar os mísseis russos S-400 foi alcançado entre Vladimir Putin e do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, em outubro de 2016”. Os EUA, no entanto, adotada em 2017, a lei CAATSA, segundo a qual os países que compram armas russas ficarão sancionados por Washington.

Contudo, a Índia se fez de surdo às advertências dos Estados Unidos, o Conselho do Ministério da Defesa indiano, responsável pela aquisição de material militar, aprovado em Julho de 2018, a contrato de compra do russo S-400, enquanto os Estados Unidos queriam que Nova Déli mudasse de ideia e os substituísse por anti-mísseis THAAD dos EUA.

Por que EUA temem a cooperação russo-indiana?

No início de julho, os ministros das Relações Exteriores dos EUA e da Índia se encontraram em Washington. De acordo com algumas fontes, o assunto principal da pauta era a cooperação militar de Deli com Moscou, que causa insatisfação na Casa Branca.

Em 2017, o comércio entre os dois países atingiu o montante de US$ 8,2 bilhões (R$ 30 bilhões), com saldo positivo a favor da Rússia: as exportações russas para a Índia atingiram US$ 5,6 bilhões (R$ 21 bilhões); a importação cifrou-se em US$ 2,6 bilhões (R$ 9,7 bilhões). Por sua vez, segundo o Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês), a exportação de armas caiu de US$ 2,2 bilhões (R$ 8,2 bilhões) para US$ 1,9 bilhões (R$ 7,1 bilhões). Consequentemente, a parcela de bens não militares é de 66%. Acredito que neste ano poderia superar a barreira de US$ 10 bilhões (R$ 37 bilhões).

Os líderes políticos da Rússia e da Índia estabeleceram metas para elevar o comércio bilateral até US$ 30 bilhões (R$ 113 bilhões) até 2025. Para isso, é necessário um aumento anual de 15%", informou o representante oficial em Nova Deli, Yaroslav Tarasyuk.

As relações russo-indianas são um vasto conjunto de acordos construídos ao longo de 65 anos a partir da assinatura do primeiro acordo comercial e de assistência técnica. A Índia é um grande mercado para os produtos russos. Isso também se refere ao gás natural liquefeito (GNL). O primeiro lote foi fornecido no início de junho em conformidade com o acordo de longo prazo entre a Gazprom e a empresa indiana Gail. Nos próximos 20 anos, a Gail deverá receber 2,5 milhões de toneladas de gás anualmente.

Ao desencadear uma guerra comercial com todos os parceiros, a administração de Trump voltou-se para a Índia. Certamente, será muito difícil estabelecer boas relações no curto prazo, considerando que os EUA apoiaram ativamente o Paquistão no final do século passado. Por isso, a Casa Branca usou todos os meios –  a ameaça de sanções e o aumento de tarifas sobre as importações de bens indianos. Devido às novas tarifas sobre o alumínio e aço, a Índia já perdeu US$ 241 milhões (R$ 907 milhões) e, em contrapartida, impôs tarifas a 30 produtos norte-americanos.

A cooperação entre a Rússia e a Índia está seriamente ameaçada. Como as transações entre os dois países estão sendo efetuadas em dólares norte-americanos, as estruturas financeiras indianas temem entrar na lista negra dos EUA e congelaram o capital destinado aos contratos de cooperação militar e técnica com a Rússia. A mídia indiana informa que, desde abril, os bancos congelaram US$ 2 bilhões (R$ 7 bilhões) reservados para os projetos críticos, entre os quais a manutenção do submarino nuclear alugado à Rússia — o projeto 971 Schuka-B.