Maduro poderia ser "rapidamente derrubado" pelo exército venezuelano
O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou hoje, à margem da Assembleia-Geral da ONU, que o seu homólogo da Venezuela, Nicolás Maduro, poderia ser "rapidamente derrubado" pelo exército venezuelano.
"É um regime que poderia ser rapidamente derrubado pelo exército caso os militares decidissem fazê-lo", disse o chefe de Estado norte-americano, em declarações aos jornalistas na sede da ONU, em Nova Iorque.
Trump, que hoje interveio no primeiro dia do Debate Geral na 73.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, declarou esta terça-feira que a situação na Venezuela é "um caso triste" que deseja "ver resolvido".
"O que se passa lá é uma tragédia humana", referiu Trump, no mesmo dia em que o Departamento do Tesouro norte-americano (equivalente ao Ministério das Finanças) anunciou a aplicação de sanções financeiras contra várias figuras do círculo mais próximo do Presidente Nicolás Maduro, incluindo a própria mulher do chefe de Estado venezuelano (Cilia Adela Flores de Maduro).
Também hoje na sede das Nações Unidas, o vice-Presidente norte-americano, Mike Pence, anunciou que os Estados Unidos vão atribuir uma assistência humanitária adicional superior a 48 milhões de dólares (na ordem dos 40 milhões de euros) para ajudar os venezuelanos afetados pela crise vivida naquele país, divulgou o Departamento de Estado norte-americano, num comunicado.
A Venezuela, país que conta com uma importante comunidade portuguesa, atravessa uma grave crise económica, social e humanitária que já obrigou milhares de pessoas a fugirem daquele território, atravessando as fronteiras em direção ao Brasil, Colômbia, Equador, Peru ou Chile.
Em julho passado, a agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP) revelou que Donald Trump chegou a questionar, em agosto de 2017, os seus principais conselheiros se a solução para lidar com a instabilidade política na Venezuela poderia passar por uma eventual invasão militar.
Segundo noticiou então a agência norte-americana, Trump fez a pergunta no fim de uma reunião na Sala Oval (gabinete presidencial na Casa Branca) que tinha sido marcada para discutir sanções contra a Venezuela, país liderado por Nicolás Maduro desde 2013.
"Com a rápida degradação da Venezuela a ameaçar a segurança regional, porque é que os Estados Unidos não podem invadir simplesmente este país conturbado?", questionou na altura Donald Trump, de acordo com a AP, que citava um alto funcionário da administração norte-americana que tinha tido acesso a esta conversa.
A sugestão de Trump implícita na pergunta surpreendeu os funcionários presentes na reunião, incluindo dois elementos que já não fazem parte da administração norte-americana, o então secretário de Estado, Rex Tillerson, e o então conselheiro de segurança nacional, o general H.R. McMaster.
No dia seguinte à reunião na Sala Oval, a 11 de agosto de 2017, Trump fazia declarações públicas que apontavam que uma possível ação militar ainda persistia na sua cabeça.
"Temos muitas opções para a Venezuela. Não vou descartar uma opção militar", afirmou na altura, citado pelos 'media' norte-americanos.