Moharam e Ashura em diferentes nações 3
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Cumprimento cordiais aos estimados ouvintes, na terceira parte desta série sobre os rituais de Moharam, revisamos a história do luto do primeiro mês da hégira lunar no Irã desde a dinastía Safávida até o momento.
(last modified 2018-08-22T15:31:22+00:00 )
Out. 28, 2016 10:37 UTC
  • As cerimônias de luto pelo Imam Hussein (que a paz esteja com ele) na era de Qajar
    As cerimônias de luto pelo Imam Hussein (que a paz esteja com ele) na era de Qajar

Cumprimento cordiais aos estimados ouvintes, na terceira parte desta série sobre os rituais de Moharam, revisamos a história do luto do primeiro mês da hégira lunar no Irã desde a dinastía Safávida até o momento.

Após a tomada do poder da dinastía sáfavida, celebraram-se as cerimônias de luto pelo Imam Hussein (que a paz esteja com ele) com uma glória singular no Irã. Os reis sáfavidas não só, eles mesmos, eram xiitas e seguidores da família do Profeta, mas também que consideravam uma obrigação  promover a escola de Ahlul-Beit e a religião xiita. A lembrança do martírio do Imam Hussein, como um dos mais importantes símbolos  xiitas, daquela  época, conseguiu  florecimiento considerável e quase atingiu um período de perfeição. Uma grande variedade  de poemas religiosos, canções e elegia sobre os Imames e os mártires de Karbala foram criados e outorgavam grande honra a seus autores. Todos os anos, as pessoas durante o Moharam realizavam cerimônias de luto pelo Ashura nas ruas das cidades de forma tão ampla que não se à visto até os dias de hoje . A realeza sáfavida,dirigida  pelo rei Tahmasb primeiro (984- 930) dava especial atenção às poesias religiosas. A redução da influência do sufismo desde o governo de Tahmasb e o aumento inesperado dos interesses xiitas, teve uma influência decisiva na poesia persa. Isto se devia ao impacto da corte sáfavida, depois de não ter  muito interesse nos poemas de elogio e louvor e inclusive de poetas épicos, começou a obrigar os poetas a criar poesias religiosas. A respeito, por exemplo, pode ser assinalado a Mohtasham Kashani, quem criou poesias eternas sobre o Imam Hussein que até hoje se usam nas cerimônias de luto do mês de Moharam.

Segundo  fontes históricas, estenderam-se diferentes formas de cerimônias de luto nos  períodos anteriores de Afsharieh e Zandieh. Considera-se que o início da representação de Tazieh (teatro religioso) se remonta ao governo de Karim Khan Zand. Diz-se   que no período da monarquia de Karim Khan Zand, um embaixador foi o visitar  e lhe falou sobre os trágicos acontecimentos de Karbala.  Karim Khan após escutar o relato, ordenou apresentar a história dos 72 mártires e os acontecimentos trágicos de Karbala e isto se conheceu como Tazieh.

No princípio, estas representações se realizavam  nas praças principais da cidade mas depois também nos mercados, caravasar, centros religiosos e inclusive casas privadas eram palco para o Tazieh.  Por suposto, na era de Qajar iniciaram-se outras formas de atos de duelo tanto em termos de conteúdo e qualidade como na conduta que tinha evoluído neste período. Por exemplo,  Shabihkhani encontrou seu próprio estilo nesse tempo e construíram-se vários edifícios para a celebração de Tazieh. Em 1248 de hégira solar (1869 de era-a cristã), Naser-edin shah Qajar ordenou construir o edifício chamado Takie dolat com capacidade para mil espectadores. Alguns acham que  muitos dos rituais de luto pelo Imam  Hussein se apresentaram no período de Qajar, inclusive o estabelecimento de Saqakhaneh, a retórica e a cerimônia do funeral dos mártires de Karbala.

Após Qajar, no período monárquico de Reza Pahlavi começou um tempo de recessão dos grupos em luto que chegou até proibir a instalação de Takiyes e o luto, o qual desembocou em outra forma de manifestação da dor ao Imam Hussein, isto é, as cerimônias de duelo que se realizavam em casa, de tal forma que aumentou o número de órgãos de instituições organizadoras das atividades e de tais reuniões que se realizavam semanalmente ou mensalmente.  No segundo período  do reinado dos Pahlavi, o shah Mohammad Reza não podia enfrentar o poder e influência das delegações religiosas que realizavam suas atividades desde o primeiro dia de Moharam. De maneira que, segundo crenças e muitos, no período  do acontecimento da Revolução Islâmica em data na década de 40 da hégira solar, (1960) e, especialmente, durante o período de Moharam de 1963.

Ademais a procissão de milhões de pessoas em Teerã e em tudo  Irã durante os dias de Tasua e Ashura do Imam Hussein, em 1978, debilitou as bases do regime de Pahlavi até que, em fevereiro do mesmo ano, com a queda da monarquia, venceu a Revolução Islâmica do Irã. O triunfo da Revolução injetou novo sangue nas veias dos chiitas e os partidários das tradições de Ashura no Irã.  Desde então, todo mundo tem aceitado as práticas do luto habitual em diferentes partes do Irã.

Cabe dizer que os iranianos realizam reuniões de luto nas mesquitas, lugares religiosos, casas e lugares públicos. Estas cerimônias se realizam  com muita glória nas cidades religiosas de Qom,  Mashhad, Kashan, Isfahan , Ardebil, entre outras.