Moharram e Ashura em diferentes nações 4
Neste programa apresentaremos alguns dos rituais de luto, mais comuns no mês de Moharam no Irã.
Cumprimentos cordiais a todos vocês estimados ouvintes e a todos os interessados na série da qual falaremos sobre os rituais de Moharam e Ashura em diferentes nações, que será o assunto do programa de hoje.
Como havíamos dito nos programas anteriores, as cerimônias de luto são em homenagem àqueles imames que sofreram calamidades , especialmente o Imam Hussein (que a paz esteja com ele), durante há muitos anos são realizados estes ritual de luto de diferentes formas,e em todo o território Iraniano . De fato, os rituais do duelo especial pelo mês de Moharam são uma das partes dos costumes e tradições que destacam entre os rituais religiosos deste país, e inclusive no mundo do Islã. Estas cerimônias abarcam diversas dimensões, entre elas o luto intocável da conduta e o crescimento dos aspectos emocionais e de motivos altruístas entre os membros da sociedade.
Nas reuniões de luto,em homenagem ao martírio do Imam Hussein (que a paz esteja com ele), o comportamento íntimo, informal e,no entanto , muito sincero se criou um âmbito de resistência, coerência e integração dos participantes. Os rituais que são realizados durante o mês de Moharam, em todas as diferentes regiões de Irã são amplas e variadas , como neste programa não temos muito tempo para mostrar-lhes todas, tentaremos apresentar de forma breve alguns dos rituais mais comuns, como“roze khani”(contar história das tragédias) nohekhani” (recitação poéticas e cânticos demonstrando o sentimento de dor), sinezani (bater no peito), zanjirzani (golpear-se com um manojo de correntes), o uso de instrumentos musicais, vigílias, Sham-e-Ghariban (noite para ascender velas ) e nazri (oferenda de comidas).
Roze khani (Marsieh saraei) é uma frase que se utiliza nas cerimônias de luto do Imam Hussein ou qualquer reunião que aborde as virtudes e calamidades que sofreram os imames, e na qual se propõem assuntos religiosos. Marsieh, literalmente significa chorar pelos mortos e falar de suas virtudes, e saraei refere-se à lírica com que se entoa o tema de dar os pesares e a dor pela morte de uma pessoa ou a perda de alguém .
Marsieh, foi e ainda continua sendo comum entre as nações. Componha-se de uma elegia fúnebre pelos mortos. Ademais, uma grande parte de Marsieh (Réquiem) na verdade era retirada da poesia persa, escrita por eruditos muçulmanos chiitas e os Imames.
Noheh, é uma parte do Marsieh que com um tom especial, entre cantos e atuação, se homenageia o Imam Hussein, junto a uma audiência que responde se golpeando no peito (Sinezani) ou se batendo nas costas com um manojo de correntes (Zanjirzani). O historial de Noheh para os mártires de Karbala vem das mãos do historial do luto por Ashura.
No entanto, as cerimônias de luto em forma de demonstração prática, a leitura de letras simples e melódicas, é a melhor maneira de demonstrar as emoções, fomentar a unidade em harmonia infinita .
É de costume celebrar as cerimônias , começando a recitar pelos versículos do Alcorão e, em seguida, apresentando o falecido e suas características, que adiciona na reunião a unidade e simpatia. As cerimônias de duelo do Imam Hussein e outros mártires de Karbala eram fatores que alentaram os Imames a atuar para manter a religião e o vínculo espiritual e emocional com os sublimes, também é esse mesmo estilo que se baseia no monoteísmo. Os panegiristas proporcionam uma história e uma análise correta sobre o evento de Ashura que realça a importância de Ahlul-Beit mediante o marsieh saraei e nohe khani.
No mês de Moharam, especialmente os primeiros dez dias que se conhece como a década de Moharam, em todas as cidades e aldeias do Irã, se realizam cerimônias de luto nas mesquitas, lojas de campanha montadas para albergar as pessoas (takie). Ademais, nos dias anteriores se organiza tudo para as cerimônias de luto, como a eleição dos conferenciantes, a instalação de lugares, separados para homens e mulheres.
Roze khani é uma atividade de luto realizada pelas mulheres, especialmente iranianas, em suas casas e com variadas funções, entre a mais importante é tomar modelo das pautas dos sublimes e grandiosos da religião, especialmente de Hazrat Fátima e Hazrat Zainab (cumprimentos sejam para elas). Educar os filhos na religião e na busca Deus é uma das bênçãos destas reuniões realizadas nas casas, porque se os meninos, desde seu nascimento conhecer os assuntos religiosos, quando chegarem na adolescência, de fato, farão o melhor para dedicarem as suas tarefas religiosas.