Ramadan na literatura persa-4 (Saadi)
(last modified Mon, 05 Jun 2017 14:34:47 GMT )
Jun. 05, 2017 14:34 UTC
  • Ramadan na literatura persa-4 (Saadi)

Talvez um dos pontos que mais surpreende os viajantes e turistas que entram no Irã, é descobrir como a poesia antiga do território persa está em vigor e vive na mente e na voz dos iranianos.

Eles gostam de memorizar e recitar poemas de seus grandes poetas e estudiosos.

Praticamente é comum entre os iranianos visitar os mausoléus de seus poetas em diferentes cidades, recitando seus versos lá e prestar homenagem. Para o povo iraniano, poetas são considerados, como sábios, verdadeiros heróis culturais e orgulho da nação persa.

Dada à cultura religiosa do Irã, poesia persa tem vindo a servir a religião, e por esta razão pode ser encontrada milhares de poemas religiosos de estudiosos persas que estão sempre recitadas pelos iranianos.

As obras literárias de Saadi Shirazi, um dos poetas mais reconhecidos da literatura persa, se encontram entre os poemas que os iranianos preferem memorizar e recitar em qualquer ocasião apropriada.

Abu-Mohammad bin Mosleh al-Din Shirazi, mais conhecido como Saadi nasceu no século XIII, em Shiraz, uma cidade no centro do Irã, em um momento marcado por duas guerras no mundo islâmico. Pelo Ocidente, o mundo muçulmano foi invadido pelos cruzados europeus e no leste pelo exército mongol de Genghis Khan. Os sucessores deste último invadiu o Irã, destruindo cidades e massacrando o povo. Apesar de todos os acontecimentos sombrios da época, Saadi estudou teologia na Universidade de Bagdá, um dos mais prestigiados do seu tempo. Depois de seus estudos, ele realizou diversas viagens pelo Norte da África, Península Arábica e na Ásia Oriental; seus passos também levaram a Índia e Ásia Central.

 Suas viagens duraram mais de vinte anos. Esta riqueza de experiência serviu o poeta para escrever suas duas obras-primas: A Bustan ou o Jardim de frutas, um épico e poema filosófico que expressa virtudes muçulmanos, publicado em 1257, e também o Golestan ou o jardim de rosas, uma coleção de prosa e poesia que documentam suas viagens, publicado em 1258. Essas experiências em turnê pelo mundo deu-lhe a oportunidade de expressar mais delicadeza e profundidade seus pensamentos sobre os direitos humanos; Este tema é evidente na forma como eles descrevem o ser humano perfeito, que diz:

 

"Enquanto está amarrado a sua casa e seu comércio

não poderás, oh Tu que eras imaturas.

“Se tornar um ser humano verdadeiro”

 

Seu conhecimento em várias regiões e culturas o levou a gerar um pensamento sociológico; como adverte no verso que se encontra na entrada do edifício das Nações Unidas em Nova York:

 

"Todo homem é sempre ligada um a outro".

"Juntos, os membros formam um só corpo e têm a mesma origem".

"Se a vida provoca dor a um membro, nenhum dos outros permanecem indiferentes".

"Se a ti não te provoca nada dor dos outros, não se pode lhe chamar humana."

 

Muitas obras-primas da literatura persa foram traduzidas para outras línguas, no entanto, talvez nenhum tenha atraído tanta atenção dos ocidentais como as duas bem conhecidas obras de Saadi: "Golestan" e "Bustan".

Como se sabe, Saadi foi um poeta religioso que se dedicava aos diferentes temas da religião islâmica. Um deles foi o mês do Ramadã.

Ele insistiu sobre a essência do Ramadã e jejum. Para Saadi, o jejum era a purificação do coração e elevar a moral; Através do jejum o homem agradece mais ao seu Criador e, de fato aproveita as bênçãos mais divinas. De seus poemas se pode considerar que no pensamento de Saadi, o Ramadã é um período de vida do ser humano, que é principalmente dedicado a aprofundar os seus pensamentos, que no Islã é um dos conceitos que fizeram muita ênfase.

O aparecimento de jejum é parar de comer e beber, mas este é apenas o jejum do corpo; o que tem muito valor é o jejum da alma, ou seja, abster-se do pecado este mês, usufruindo de grande importância.

Por outro lado, em opinião poeta persa, o jejum não é apenas parar de comer, mas também uma ferramenta para atrair a luz divina ao coração e entender melhor a filosofia da criação humana; Assim, em uma fábula sobre um devoto, ele diz: "Eles dizem que uma noite, um devoto comeu muito da comida que tinha preparado e, em seguida, passou uma noite sem dormir. Outro crente entendeu o que aconteceu e reprovando-o e disse que se tivesse comido um simples pedaço de pão e, em seguida, tivesse ido dormir, teria parecido mais prudente".

O objetivo do jejum é alcançar o Criador do mundo, como a voz e chamamento de súplica de alguém que está em jejum são mais agradáveis para Ele.

Caro ouvinte aqui vai terminar programa de hoje, na esperança de ter sido agrado e do interesse dos nossos leitores e ouvintes.

 

Tags